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Planeta com chuva de vidro e cheiro de Pum

Planeta com chuva de vidro e cheiro de Pum Cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, descobriram que a atmosfera de um planeta do tamanho de Júpiter, conhecido como HD 189733 b, pode ter um cheiro semelhante a ovo podre ou “pum”. O estudo, publicado na revista Nature, indica que o odor é produzido pela presença de sulfeto de hidrogênio no corpo celeste, composto por gases. Essa molécula é responsável pelo cheiro característico dos gases liberados pela flatulência em humanos. Esta é a primeira vez que o sulfeto de hidrogênio foi encontrado em um exoplaneta, de acordo com informações da BBC. Nas observações feitas com o Telescópio Espacial James Webb, os pesquisadores descobriram que o HD 189733 b possui temperaturas extremas de cerca de 1.000 °C, chuva feita de vidro — provocada pela proximidade com o seu sol e por ser basicamente formado por gases — e ventos de mais de 8 mil quilômetros por hora. Apesar de a presença de sulfeto de hidrogênio poder indicar a possibilidade de corpos celestes distantes abrigarem organismos vivos, os cientistas não estão procurando vida no HD 189733 b, pois ele é um gigante gasoso, como Júpiter, e muito quente. No entanto, a molécula pode ajudar a entender como planetas se formam. “Não estamos procurando vida nesse planeta porque ele é muito quente. Mas encontrar sulfeto de hidrogênio é um trampolim para encontrar essa molécula em outros planetas e entender melhor como os diferentes tipos de planetas se formam”, afirma Guangwei Fu. O HD 189733 b está a 64 anos-luz da Terra e é o “Júpiter quente” mais próximo que os pesquisadores podem observar passando diante de sua estrela. Desde sua descoberta em 2005, ele se tornou uma referência para análises detalhadas de atmosferas exoplanetárias, explicou o cientista. Segundo o estudo, o corpo celeste está cerca de 13 vezes mais próximo de sua estrela do que Mercúrio está do Sol e leva cerca de dois dias terrestres para completar uma órbita. Além de sulfeto de hidrogênio, os pesquisadores mediram o enxofre total na atmosfera do HD 189733 b e detectaram as principais fontes de oxigênio e carbono: água, dióxido de carbono e monóxido de carbono.

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Meteoro cai no Nordeste brasileiro e fez a noite virar dia

Meteoro cai no Nordeste brasileiro e fez a noite virar dia No último sábado (13), um meteoro foi destaque em muitas mídias e ganhou repercussão devido a sua magnitude. Pesquisadores, cientista e observadores pressupõe, mediante suas análises, cálculos e triangulações que ele tenha caído em terras piauenses, nas imediações dos municípios de Padre Marcos, Jaicós, Campo Grande e Alegrete do Piauí, a cerca de 370 km da capital Teresina se aproximando da divisa com estado pernambucano. A Bramon, estimou que o super bólido, nomenclatura dada a meteoros que brilham sobre o céu, tenha começado a resplandecer a 73 km do solo e com uma velocidade aproximada de 51 mil Km/h, percorrendo 55 km em menos de 4 segundos e se dissipou a 30 Km de altura. Além da NASA, que também relatou o registro por meio de sensores de infrassom, apontando dados similares as estimativas já feitas. Acredita-se que por conta da atmosfera da Terra, o astro deve ter se fragmentando, deixando diversos rastros. O diretor-geral da Bramon, Marcelo Zurita, em uma entrevista ao Cidadeverde.com, levanta que os pedaços devem ter caído no solo da região. “Deve haver vários fragmentos da rocha espacial em solo, e dependendo da sua composição, alguns podem ser bem grandes”, citou Marcelo Zurita. O meteoro ganhou as mídias sociais, além de jornais. Ele pôde ser observado em todo o Piauí, além de outros estados da Região Nordeste. Contudo, na região de Padre Marcos e áreas vizinhas, os moradores relataram um grande tremor na região. A estimativa é que o astro tenha uma dimensão entre 2 e 3 metros, pesando cerca de 60 toneladas, mas pode ter caído em fragmentos menores sobre o solo, conforme os apontamentos dos astrônomos, Bramon e NASA. Alguns relataram que “parecia um trovão, mais contínuo e mais brando”. Segundo a Polícia Militar de Jaicós, “houve um estrondo que muitos moradores afirmaram ter sacudido objetos nas residências, mas sobre um possível local da queda, ninguém até o momento ouviu falar”. A polícia informou que não houve ocorrências ou chamados, mas moradores relataram o grande estrondo. Um morador da cidade, que preferiu não se identificar, contou que estava na calçada e que o barulho durou cerca de 15 segundos, fazendo prédios e janelas tremerem com a força da explosão. “Primeiro veio o clarão e depois um estrondo de uns 15 segundos. Parecia um trovão, mas de forma contínua e mais branda, como se estivesse arrastando uma cadeira em um piso de cimento”, descreveu. Pesquisadores planejam ir ao local De acordo com Edwar Montenegro, CEO da Graviton Scientific Society, alguns membros do grupo de astrônomos estão verificando a possibilidade de irem ao local para averiguar a presença de vestígios no solo. O fenômeno é considerado raro, e as pedras provenientes da queda de meteoritos possuem um grande valor científico para pesquisas espaciais Fonte: Agências Bramon e NASA

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Três possíveis super-Terras em uma estrela próxima

Três possíveis super-Terras em uma estrela próxima Astrônomos descobriram três potenciais “super-Terras” orbitando uma estrela anã laranja relativamente próxima. Essa descoberta inovadora foi realizada por uma equipe internacional de pesquisadores liderada pela Dra. Shweta Dalal, da Universidade de Exeter, na Inglaterra. Os exoplanetas estão em órbita da estrela HD 48498, localizada a cerca de 55 anos-luz da Terra. Uma anã laranja é uma estrela de classe K da sequência principal. Esses planetas completam uma órbita em torno de sua estrela hospedeira a cada 7, 38 e 151 dias terrestres, respectivamente. Notavelmente, o candidato a exoplaneta mais externo está na zona habitável de sua estrela hospedeira, onde as condições poderiam permitir a existência de água líquida. Essa região é considerada ideal para potencialmente suportar vida. Os cientistas enfatizam a importância dessa descoberta, destacando que essa estrela laranja é um tanto semelhante ao nosso Sol e representa o sistema planetário mais próximo com uma super-Terra na zona habitável em torno de uma estrela parecida com o Sol. Essas potenciais super-Terras, planetas com uma massa superior à da Terra, mas significativamente inferior à dos gigantes gelados do Sistema Solar, Urano e Netuno, foram identificadas através do programa HARPS-N Rocky Planet Search. Ao longo de uma década, a equipe coletou cerca de 190 medições altamente precisas de velocidade radial usando o espectrógrafo HARPS-N, montado no Telescopio Nazionale Galileo (TNG) de 3,58 metros no Observatório Roque de los Muchachos em La Palma, Canárias. As medições de velocidade radial, que acompanham os movimentos sutis da estrela causados pelos planetas em órbita, são cruciais para essas descobertas. Ao analisar o espectro da luz estelar, os astrônomos podem determinar se ela está se movendo em nossa direção (desvio para o azul) ou se afastando de nós (desvio para o vermelho). Para garantir a precisão de suas descobertas, a equipe utilizou várias metodologias e análises comparativas. A pesquisa revelou três candidatos planetários com massas mínimas variando entre 5 e 11 vezes a da Terra. Isso sugere que a proximidade da estrela, combinada com a órbita favorável do planeta mais externo, torna esse sistema um alvo promissor para futuras imagens diretas de alto contraste e estudos espectroscópicos de alta resolução. Essa descoberta destaca a importância do monitoramento a longo prazo e de técnicas avançadas para desvendar os segredos de sistemas estelares distantes, abrindo novas portas para o potencial da vida além do nosso Sistema Solar. Fonte: Artigo publicado no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society & University of Exeter

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Buraco negro de massa inexplicável

Buraco Negro de massa inexplicável Ao explorar os primórdios do Universo, com seus 13,8 bilhões de anos, o telescópio espacial James Webb detectou uma galáxia como ela era apenas 700 milhões de anos após o Big Bang. É surpreendente como o buraco negro em seu centro já podia ter bilhões de vezes a massa do Sol quando o Universo ainda estava na sua infância. As observações do James Webb foram feitas para analisar mais de perto o mecanismo de alimentação, mas não encontraram nada de extraordinário. Aparentemente, os buracos negros já estavam crescendo de uma maneira semelhante à atual. Mas o resultado é ainda mais significativo: pode indicar que os astrônomos sabem menos sobre a formação das galáxias do que pensavam. No entanto, as medições não são de modo algum decepcionantes. Pelo contrário. Os primeiros bilhões de anos da história cósmica constituem um desafio: os primeiros buracos negros conhecidos nos centros das galáxias têm massas surpreendentemente grandes. Como eles se tornaram tão massivos tão rapidamente? As novas observações aqui descritas fornecem fortes evidências contra algumas explicações propostas, especialmente contra um “modo de alimentação ultraeficaz” para os primeiros buracos negros. As estrelas e as galáxias mudaram enormemente ao longo dos últimos 13,8 bilhões de anos, o tempo de vida do Universo. As galáxias tornaram-se maiores e adquiriram mais massa, seja consumindo o gás circundante ou ocasionalmente fundindo-se umas com as outras. Por muito tempo, assumiu-se que os buracos negros supermassivos nos centros das galáxias teriam crescido gradualmente junto com as próprias galáxias. Mas o crescimento dos buracos negros não pode ser arbitrariamente rápido. A matéria que cai sobre um buraco negro forma um disco de acreção giratório, quente e brilhante. Quando isso acontece em torno de um buraco negro supermassivo, o resultado é um núcleo galáctico ativo. Os objetos mais brilhantes, conhecidos como quasares, estão entre os objetos astronômicos mais brilhantes de todo o cosmos. Mas esse brilho limita a quantidade de matéria que pode cair sobre o buraco negro: a luz exerce uma pressão que pode impedir a entrada de matéria adicional. Foi por isso que os astrônomos ficaram surpresos quando, nos últimos vinte anos, as observações de quasares distantes revelaram buracos negros muito jovens que, no entanto, tinham atingido massas tão elevadas quanto 10 bilhões de massas solares. A luz leva tempo para viajar de um objeto distante até nós, então olhar para objetos distantes significa olhar para um passado longínquo. Vemos os quasares mais distantes conhecidos como eram numa época conhecida como “amanhecer cósmico”, menos de um bilhão de anos após o Big Bang, quando se formaram as primeiras estrelas e galáxias. Explicar esses primeiros buracos negros massivos é um desafio considerável para os modelos atuais de evolução das galáxias. Será que os primeiros buracos negros eram muito mais eficientes em acumular gás do que seus equivalentes atuais? Ou a presença de poeira pode afetar as estimativas de massa dos quasares de tal forma que os pesquisadores estejam superestimando as massas dos primeiros buracos negros? Decidir qual explicação está correta exige uma visão mais completa dos quasares do que a existente anteriormente. Com o advento do telescópio espacial James Webb e, mais especificamente, de seu instrumento MIRI (Mid-Infrared Instrument), a capacidade dos astrônomos de estudar quasares distantes aumentou enormemente. Para medir os espectros de quasares distantes, o MIRI é 4.000 vezes mais sensível do que qualquer instrumento anterior. Em 2019, foi observado o quasar mais distante conhecido, designado J1120+0641. Em janeiro de 2023, durante o primeiro ciclo de observações do James Webb, foi realizado o primeiro estudo no infravermelho médio de um quasar do período do amanhecer cósmico, apenas 770 milhões de anos após o Big Bang (desvio para o vermelho z=7). A informação não provém de uma imagem, mas de um espectro: a decomposição da luz do objeto em componentes de diferentes comprimentos de onda, semelhante a um arco-íris. A forma geral do espectro no infravermelho médio codifica as propriedades de um grande toróide de poeira que circunda o disco de acreção nos quasares típicos. Este toróide ajuda a guiar a matéria para o disco de acreção, “alimentando” o buraco negro. Uma diferença notável, que nenhum modelo de crescimento rápido dos quasares antigos previa, é que a temperatura da poeira é um pouco mais elevada, cerca de 100 K mais quente do que os 1.300 K encontrados para a poeira mais quente em quasares menos distantes. A parte de menor comprimento de onda do espectro, dominada pelas emissões do próprio disco de acreção, mostra que, para observadores distantes, a luz do quasar não é obscurecida por mais poeira do que o habitual. A região de linhas largas do quasar, onde aglomerados de gás orbitam o buraco negro a velocidades próximas à da luz, permitindo deduzir a massa do buraco negro e a densidade e ionização da matéria circundante, também parece normal. Em quase todas as propriedades que podem ser deduzidas do espectro, J1120+0641 não é diferente dos quasares de épocas posteriores. Aparentemente, não só os buracos negros supermassivos, mas também seus mecanismos de alimentação já estavam completamente “maduros” quando o Universo tinha apenas 5% de sua idade atual. Ao excluir uma série de soluções alternativas, os resultados apoiam fortemente a ideia de que os buracos negros supermassivos começaram com massas consideráveis desde o início. Eles não se formaram a partir de remanescentes de estrelas primitivas, que depois se tornaram massivos muito rapidamente. Devem ter-se formado cedo, com massas iniciais de pelo menos cem mil massas solares, presumivelmente através do colapso de nuvens massivas de gás. Fonte: Artigo publicado na revista Nature Astronomy & Max Planck Institute for Astronomy

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Despertar de buraco negro é observado em tempo real

Despertar de buraco negro é observado em tempo real No final de 2019, a galáxia SDSS1335+0728, até então ignorada, começou a brilhar intensamente. Para entender melhor esse fenômeno, astrônomos utilizaram dados de diversos observatórios espaciais e terrestres, incluindo o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO), e monitoraram essa variação de brilho. Os pesquisadores sugerem que estamos presenciando mudanças inéditas em uma galáxia, provavelmente devido ao súbito despertar do enorme buraco negro em seu núcleo. De repente, seu núcleo começou a apresentar grandes variações de brilho, diferentes de quaisquer eventos típicos observados até então. Foi exatamente isso que aconteceu com a SDSS1335+0728 após começar a brilhar intensamente em dezembro de 2019. Agora, ela é classificada como possuindo um “núcleo galáctico ativo”, uma região compacta brilhante alimentada por um buraco negro de grande massa. Alguns fenômenos, como explosões de supernovas ou eventos de maré (quando uma estrela se aproxima demais de um buraco negro e é despedaçada), podem fazer com que as galáxias se iluminem subitamente. No entanto, essas variações de brilho normalmente duram apenas algumas dezenas ou, no máximo, algumas centenas de dias. A SDSS1335+0728 continua aumentando de brilho até hoje. Além disso, as variações detectadas na galáxia, localizada a 300 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Virgem, são diferentes de todas as observadas anteriormente, necessitando, portanto, de uma explicação diferente. Para tentar compreender essas variações de brilho, a equipe usou uma combinação de dados de arquivo e novas observações de várias infraestruturas, incluindo o instrumento X-shooter montado no VLT do ESO, instalado no deserto do Atacama, no Chile. Comparando os dados obtidos antes e depois de dezembro de 2019, os cientistas descobriram que a SDSS1335+0728 agora emite muito mais radiação nos comprimentos de onda do ultravioleta, óptico e infravermelho. A galáxia também começou a emitir raios X em fevereiro de 2024. A explicação mais evidente para esse fenômeno é que o núcleo da galáxia começou a mostrar atividade. Se isso for confirmado, trata-se da primeira vez que a ativação de um buraco negro de grande massa é observada em tempo real. Buracos negros massivos, com massas superiores a cem mil vezes a do nosso Sol, existem no centro da maioria das galáxias, incluindo a nossa Via Láctea. Estudos anteriores relataram galáxias inativas que se tornaram ativas após vários anos, mas esta é a primeira vez que o processo em si foi observado em tempo real. Instrumentos como o MUSE no VLT, ou aqueles que serão instalados no futuro Extremely Large Telescope (ELT), serão fundamentais para entender melhor por que essa galáxia está aumentando de brilho. Fonte: Artigo publicado no periódico Astronomy & Astrophysics e ESO

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IC 1101: A Maior Galáxia do Universo

IC 1101: A Maior Galáxia do Universo Quando olhamos para o vasto universo, com suas bilhões de galáxias espalhadas pelo cosmos, é fascinante imaginar as dimensões e as características dessas estruturas celestiais. Entre elas, uma se destaca como a maior já observada: IC 1101. Localizada a cerca de um bilhão de anos-luz de distância da Terra, na constelação de Serpens, IC 1101 é uma galáxia elíptica supergigante que desafia nossa compreensão de escala e grandeza no universo. Características Impressionantes IC 1101 mede aproximadamente 6 milhões de anos-luz de diâmetro, o que a torna quase 60 vezes maior que a Via Láctea. Para se ter uma ideia, se a Via Láctea fosse do tamanho de um prato de jantar, IC 1101 seria do tamanho de uma cidade inteira. Sua massa também é impressionante, com estimativas indicando que ela pode conter até 100 trilhões de estrelas, muitas vezes mais do que o número de estrelas na Via Láctea. Estrutura e Formação Como uma galáxia elíptica, IC 1101 possui uma forma aproximadamente oval e não apresenta as características espirais e braços distintos que associamos a galáxias como a Via Láctea. As galáxias elípticas geralmente contêm populações mais antigas de estrelas e pouca quantidade de gás e poeira, o que significa que a formação de novas estrelas é bastante rara. A formação de uma galáxia tão gigantesca provavelmente envolveu uma série de fusões entre galáxias menores ao longo de bilhões de anos. Essas colisões e fusões galácticas podem ter contribuído para sua enorme massa e tamanho. Além disso, IC 1101 está localizada no centro do aglomerado de galáxias Abell 2029, uma região densa do espaço que facilitou essas interações galácticas. O Que IC 1101 Nos Diz Sobre o Universo Estudar IC 1101 e outras galáxias supergigantes fornece insights valiosos sobre a evolução do universo. Galáxias como IC 1101 são laboratórios naturais para entender como as galáxias crescem e evoluem ao longo do tempo. Elas também ajudam os astrônomos a compreender melhor os processos de fusão galáctica e os efeitos de aglomerados de galáxias. IC 1101 desafia nossas percepções de tamanho e escala no universo. Comparada à maioria das galáxias, ela é uma verdadeira colossus, um lembrete das vastas diferenças que podem existir entre objetos cósmicos. Ela também ilustra a diversidade e a complexidade do universo, onde estruturas de tamanhos e formas variadas coexistem e evoluem ao longo de bilhões de anos. Conclusão IC 1101 não é apenas a maior galáxia conhecida, mas também um testemunho da grandiosidade e da complexidade do cosmos. Sua existência nos lembra da vastidão do universo e das incríveis variações que podem ocorrer em suas estruturas. Continuar a explorar e estudar galáxias como IC 1101 nos ajuda a expandir nosso entendimento sobre a formação e evolução das galáxias, bem como o próprio universo em que vivemos. Assim, ao contemplarmos a enormidade de IC 1101, somos lembrados da contínua busca humana por conhecimento e compreensão das maravilhas que nos cercam no cosmos. Cada nova descoberta nos aproxima mais de desvendar os mistérios do universo e apreciar a imensa beleza e complexidade que ele contém.

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A maior galáxia conhecida do início do Universo

A maior galáxia conhecida do início do Universo Os astrônomos estão passando por um período extremamente produtivo em suas descobertas, explorando os muitos mistérios do Universo primitivo. A imagem à esquerda mostra um núcleo duplo na região central, enquanto a imagem à direita destaca os contornos do perfil de luz, revelando uma estrutura alongada resultante da fusão de duas galáxias. O lançamento bem-sucedido do telescópio espacial James Webb ampliou os limites do que podemos observar. As novas observações estão agora chegando aos primeiros 500 milhões de anos após o Big Bang, quando o Universo tinha menos de cinco por cento da sua idade atual. No entanto, as galáxias observadas não são necessariamente jovens, com novas descobertas revelando galáxias mais massivas e maduras do que o anteriormente esperado para esses tempos tão remotos, ajudando a redefinir nossa compreensão sobre a formação e evolução das galáxias. Pesquisadores, incluindo astrônomos da Universidade de Melbourne, realizaram recentemente observações detalhadas e sem precedentes de uma das galáxias mais antigas conhecidas, chamada Gz9p3. Seu nome vem da colaboração GLASS e do fato de a galáxia estar a um desvio para o vermelho de z=9,3, sendo o desvio para o vermelho uma maneira de descrever a distância até um objeto. Há apenas alguns anos, a Gz9p3 aparecia como um único ponto de luz através do telescópio espacial Hubble. No entanto, com o uso do telescópio espacial James Webb (JWST), podemos observar este objeto como ele era 510 milhões de anos após o Big Bang, há cerca de 13 bilhões de anos. Os astrônomos descobriram que a Gz9p3 é muito mais massiva e madura do que o esperado para um universo tão jovem, contendo já vários bilhões de estrelas. Sendo o objeto mais massivo confirmado dessa época, estima-se que seja 10 vezes mais massiva do que qualquer outra galáxia encontrada tão cedo no Universo. Esses resultados sugerem que, para atingir essa dimensão, as estrelas da galáxia devem ter se desenvolvido muito mais rápido e eficientemente do que se pensava. Além de sua massa, a forma complexa da Gz9p3 a identifica como uma das mais antigas fusões de galáxias já observadas. A imagem da galáxia obtida pelo JWST mostra uma morfologia típica de duas galáxias em interação. A fusão ainda não terminou, pois ainda podemos ver dois componentes distintos. Quando dois objetos massivos se fundem dessa forma, parte de sua matéria é ejetada no processo. Essa matéria descartada sugere que estamos observando uma das fusões mais distantes já vistas. O estudo também se aprofundou na descrição da população de estrelas que compõem as galáxias em fusão. Utilizando o JWST, foi possível examinar o espectro da galáxia, dividindo a luz da mesma maneira que um prisma divide a luz branca em um arco-íris. A maioria dos estudos desses objetos muito distantes, utilizando apenas imagens, mostra principalmente estrelas muito jovens, pois elas são mais brilhantes e, portanto, sua luz domina os dados de imagem. Por exemplo, uma população jovem e brilhante, surgida da fusão de galáxias com menos de alguns milhões de anos, ofusca uma população mais velha, com mais de 100 milhões de anos. Utilizando a técnica de espectroscopia, os cientistas conseguem produzir observações tão detalhadas que é possível distinguir duas populações de estrelas. A presença de uma população tão madura não era esperada, considerando o quão cedo essas estrelas teriam se formado para terem envelhecido tanto nesse momento cósmico. A espectroscopia é tão precisa que permite identificar características sutis das estrelas antigas, mostrando que há mais do que se pensava. Elementos específicos detectados no espectro, como silício, carbono e ferro, indicam que essa população mais antiga deve existir para enriquecer a galáxia com uma abundância de elementos químicos. Não é apenas o tamanho das galáxias que surpreende, mas também a velocidade com que cresceram até um estado quimicamente maduro. Essas observações fornecem evidências de uma rápida e eficiente formação de estrelas e metais logo após o Big Bang, associada a fusões galácticas em curso, demonstrando que galáxias massivas com vários bilhões de estrelas existiram mais cedo do que o esperado. Galáxias isoladas constroem sua população estelar a partir de seus próprios reservatórios de gás, mas esse processo pode ser lento. Interações entre galáxias podem atrair novos fluxos de gás, fornecendo combustível para rápida formação estelar, enquanto as fusões proporcionam um meio ainda mais acelerado de crescimento e acumulação de massa. As maiores galáxias do nosso Universo moderno, incluindo a Via Láctea, alcançaram seu tamanho atual através de sucessivas fusões com galáxias menores. As observações de Gz9p3 mostram que as galáxias podiam acumular massa rapidamente no universo primitivo através de fusões, com taxas de formação estelar superiores às esperadas. As observações de Gz9p3 pelo JWST, assim como de outras galáxias, estão levando os astrofísicos a ajustar seus modelos dos primeiros anos do Universo. A cosmologia em si não está necessariamente errada, mas a compreensão da rapidez com que as galáxias se formaram provavelmente está, pois elas são mais massivas do que se acreditava possível. Esses novos resultados surgem num momento oportuno, quando estamos nos aproximando da marca de dois anos de observações científicas realizadas com o JWST. À medida que o número de galáxias observadas aumenta, os astrônomos que estudam o Universo primitivo estão passando da fase de descobertas para um período em que dispõem de amostras suficientemente grandes para começar a construir e aperfeiçoar novos modelos. Nunca houve um momento tão emocionante para entender os mistérios do Universo primitivo. Fonte: Artigo publicado na revista Nature Astronomy e University of Melbourne

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O “colar de pérolas” de uma supernova

O “colar de pérolas” de uma supernova Os físicos frequentemente utilizam a instabilidade de Rayleigh-Taylor para explicar a formação de estruturas fluidas em plasmas. No entanto, isso pode não ser a explicação completa para o anel de aglomerados de hidrogênio em torno da supernova SN 1987A. Em um estudo realizado na Universidade de Michigan, pesquisadores argumentam que a instabilidade de Crow oferece uma explicação mais adequada para o “colar de pérolas” que circunda o remanescente estelar, ajudando a esclarecer um mistério astrofísico antigo. O aspecto fascinante disso é que o mesmo mecanismo que desestabiliza os rastros de aviões pode estar em ação aqui. Nos rastros de condensação dos aviões, a instabilidade de Crow provoca rupturas na linha suave das nuvens devido ao fluxo de ar em espiral que sai das extremidades das asas, conhecido como vórtices de ponta de asa. Esses vórtices interagem entre si, criando lacunas, algo visível devido ao vapor de água nos gases de escape. A instabilidade de Crow pode realizar algo que a instabilidade de Rayleigh-Taylor não conseguiu: prever o número de aglomerados observados ao redor do remanescente. A supernova SN 1987A é uma das explosões estelares mais famosas devido à sua proximidade relativa à Terra, estando a 163.000 anos-luz de distância. Sua luz chegou à Terra em uma época em que já existiam observatórios sofisticados para acompanhar sua evolução. Foi a primeira supernova visível a olho nu desde a supernova de Kepler em 1604, tornando-se um evento astrofísico incrivelmente raro e crucial para a compreensão da evolução estelar. Embora ainda haja muitas incógnitas sobre a estrela que explodiu, acredita-se que o anel de gás que a circundava antes da explosão tenha se originado da fusão de duas estrelas. Essas estrelas “derramaram” hidrogênio no espaço ao seu redor quando se transformaram em gigantes azuis, dezenas de milhares de anos antes da supernova. Essa nuvem de gás em forma de anel foi então agitada pelo fluxo de partículas carregadas altamente velozes provenientes da gigante azul, conhecido como vento estelar. Acredita-se que os aglomerados se formaram antes da explosão da estrela. Os pesquisadores simularam como o vento estelar empurrava a nuvem para fora enquanto arrastava sua superfície, com as partes superior e inferior da nuvem sendo empurradas mais rapidamente do que o centro. Isso fez com que a nuvem se enrolasse sobre si mesma, desencadeando a instabilidade de Crow e separando-se em aglomerados uniformes, formando o colar de pérolas. A previsão de 32 aglomerados está muito próxima dos 30 a 40 observados em torno do remanescente da SN 1987A. A equipe encontrou indícios de que a instabilidade de Crow poderia prever a formação de mais anéis de contas ao redor da estrela, mais afastados do anel mais brilhante nas imagens telescópicas. Eles ficaram satisfeitos ao ver que mais aglomerados parecem surgir na imagem do instrumento NIRCam (Near Infrared Camera) do telescópio espacial James Webb, publicada em agosto do ano passado. Também foi sugerido que a instabilidade de Crow pode estar em jogo quando a poeira ao redor de uma estrela se transforma em planetas, embora mais análises sejam necessárias para explorar essa possibilidade. Fonte: Artigo publicado no periódico Physical Review Letters e University of Michigan

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A Grande Tempestade de Meteoros Leônidas de 1833

A Grande Tempestade de Meteoros Leônidas de 1833 O dia 17 de novembro é famoso no meio astronômico por ser o pico da atividade da chuva de meteoros Leônidas. Essa chuva é uma das mais importantes do calendário anual, não pela sua regularidade, mas por um evento extraordinário ocorrido há 190 anos: uma verdadeira “tempestade de meteoros” que gerou surpresa, euforia, pânico e desespero, fundou uma igreja e marcou o início da ciência dos meteoros. Normalmente, a Leônidas não produz mais do que 15 meteoros por hora. No entanto, em 1833, houve um surto espetacular. Centenas, até milhares de estrelas cadentes riscavam o céu continuamente, algumas formando bolas de fogo que iluminavam a noite. Estima-se que mais de 100 mil meteoros foram observados por hora na madrugada de 13 de novembro daquele ano, caracterizando a maior tempestade de meteoros já registrada. A Leônidas ocorre todos os anos em novembro, quando a Terra atravessa a trilha de detritos deixada pelo Cometa Temple-Tuttle. Ao entrar em contato com a atmosfera terrestre, essas partículas geram meteoros que parecem irradiar da Constelação de Leão, daí o nome Leônidas. Surtos como o de 1833 ocorrem quando a Terra passa por uma região mais densa da trilha de detritos, geralmente deixada por uma passagem recente do cometa. Naquela época, ninguém sabia disso. Ainda não havia uma explicação científica e consensual para a origem das chuvas de meteoros, e elas eram popularmente associadas a sinais divinos. De fato, há uma passagem no livro bíblico do Apocalipse que diz que “as estrelas do céu cairão sobre a Terra” como um dos sinais do fim do mundo. Talvez isso explique por que muitas igrejas tocaram seus sinos naquela madrugada, chamando a população para se reunir e se preparar para o fim dos tempos. Relatos dos Estados Unidos, onde o fenômeno pareceu mais intenso, contam que as pessoas saíram de casa e observavam assustadas as estrelas riscarem o céu. Gritos de lamentação e desespero eram ouvidos por toda parte. Esse fenômeno incomum teria inspirado a criação da “Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, mais conhecida como a “Igreja Mórmon”. Segundo a tradição mórmon, os sinais vistos no céu naquele ano seriam um prenúncio de eventos apocalípticos que precederiam a Segunda Vinda de Cristo. Enquanto alguns fundavam igrejas, outros, mais desesperados, pareciam querer antecipar o apocalipse, provocando badernas, saques, depredações e incêndios, houve quem aproveitou o “fim do mundo” para fazer ciência! Naquela noite, o astrônomo Denison Olmsted foi despertado por gritos desesperados nas ruas e estranhas luzes entrando pelas frestas do telhado. Ao abrir a janela do seu quarto, ele se deparou com um espetáculo celeste maravilhoso. Olmsted registrou o máximo de meteoros que conseguiu e, nos dias seguintes, coletou relatos por toda a costa leste dos Estados Unidos. No início de 1834, ele apresentou suas descobertas ao American Journal of Science and Arts. Olmsted sugeriu que os meteoros tinham origem extraterrestre e notou que, naquela noite, eles pareciam irradiar de um ponto na Constelação de Leão. Concluiu, então, que os meteoros ocorreram quando a Terra atravessou uma nuvem de partículas no espaço. Hoje isso parece óbvio, mas na época representou uma verdadeira revolução no conhecimento astronômico. Os estudos de Olmsted formaram a base da ciência moderna dos meteoros, que nasceu naquela madrugada de 13 de novembro, durante a fabulosa tempestade de meteoros e foi fundada por Denison Olmsted. Mais tarde, descobriu-se que a nuvem de partículas responsável pelo fenômeno foi deixada pelo Cometa Tempel-Tuttle, um cometa periódico que cruza a órbita da Terra a cada 33 anos. O matemático e astrônomo Hubert Anson Newton previu que a tempestade de meteoros também se repetiria a cada 33 anos, o que de fato ocorreu em 1866 e continua a acontecer até os dias atuais. No entanto, nenhuma foi tão intensa e espetacular quanto a Grande Tempestade de Meteoros de 1833. Para os ansiosos por acompanhar a próxima grande tempestade de meteoros Leônidas, a expectativa é que ela ocorra novamente em 2033 ou 2034. A espera é longa, mas certamente valerá a pena.

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O telescópio Hubble revelou que as anãs marrons envelhecem na solidão

O telescópio Hubble revelou que as anãs marrons envelhecem na solidão Recentemente, o telescópio espacial Hubble revelou que a relação entre anãs marrons em sistemas binários é efêmera. Anãs marrons são objetos celestes maiores que Júpiter, porém menores que estrelas de menor massa. Elas nascem da mesma forma que estrelas, a partir de colapsos em nuvens de gás e poeira, mas não possuem massa suficiente para sustentar a fusão de hidrogênio como as estrelas convencionais. Os astrônomos, por meio do Hubble, confirmaram a extrema raridade de pares de anãs marrons de baixa massa e frias. O Hubble pode detectar binários que estão muito próximos um do outro, com uma separação de cerca de 480 milhões de quilômetros, semelhante à distância entre o Sol e o cinturão de asteroides. No entanto, não foi encontrado nenhum binário em uma amostra de anãs marrons próximas ao nosso sistema solar. Isso sugere que esses pares estão tão fracamente unidos pela gravidade que se separam ao longo de centenas de milhões de anos, devido à atração de outras estrelas passageiras. Este estudo confirma a extrema raridade de companheiras amplamente separadas entre as anãs marrons de baixa massa e frias, apesar de serem observadas anãs marrons binárias em estágios mais jovens. Isso indica que esses sistemas não conseguem se manter ao longo do tempo. Em um estudo anterior realizado há alguns anos, o telescópio Hubble observou anãs marrons extremamente jovens, algumas das quais tinham companheiras, confirmando que os processos de formação estelar podem gerar anãs marrons binárias de baixa massa. A falta de companheiras para anãs marrons mais antigas sugere que algumas podem ter iniciado como binárias, mas se separaram ao longo do tempo. Mais da metade das estrelas na Via Láctea têm companheiras que resultaram desses processos de formação, com estrelas mais massivas sendo mais frequentemente encontradas em sistemas binários. A equipe selecionou uma amostra de anãs marrons previamente identificadas pelo WISE (Wide-Field Infrared Survey Explorer) da NASA. Ela estudou algumas das anãs marrons mais antigas, frias e de menor massa próximas ao nosso sistema solar. Essas anãs marrons antigas são tão frias (algumas centenas de graus mais quentes que Júpiter na maioria dos casos) que suas atmosferas contêm vapor de água condensado. Para identificar as companheiras mais frias, foram utilizados dois filtros diferentes no infravermelho próximo: um no qual as anãs marrons frias aparecem brilhantes e outro que cobre comprimentos de onda específicos nos quais elas são muito tênues devido à absorção de água em suas atmosferas. Fonte: Artigo publicado no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society e o site Space Telescope Science Institute

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