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Planeta Alienígena com Nuvens Metálicas Brilha como um Espelho

Planeta Alienígena com Nuvens Metálicas Brilha como um Espelho Astrônomos descobriram um planeta fora do Sistema Solar tão peculiar que sua própria existência desafia explicações. Trata-se de um planeta extremamente quente, um pouco maior que Netuno, que orbita uma estrela semelhante ao Sol a cada 19 horas. Envolto por nuvens de titânio e silicatos, ele reflete a maior parte da luz que recebe, devolvendo-a ao espaço. “Ele parece um imenso espelho no espaço”, comentou o astrônomo James Jenkins, da Universidade Diego Portales, no Chile, e coautor da pesquisa publicada na revista Astronomy & Astrophysics. Este planeta reflete cerca de 80% da luz que recebe, sendo o objeto mais reflexivo já encontrado no universo conhecido. Para comparação, Vênus, o planeta mais brilhante do nosso céu, reflete cerca de 75% da luz solar, enquanto a Terra reflete em torno de 30%. Denominado LTT9779b, o planeta e sua estrela estão a cerca de 264 anos-luz de distância, na direção da constelação do Escultor, dentro da Via Láctea. Seu diâmetro é aproximadamente 4,7 vezes maior que o da Terra, e ele orbita sua estrela a uma distância extremamente próxima — muito mais perto do que Mercúrio está do Sol e cerca de 60 vezes mais próximo que a órbita da Terra. A proximidade intensa com sua estrela gera uma temperatura superficial ao redor de 1.800°C, mais quente do que lava derretida. Devido a isso, é surpreendente que ele mantenha uma atmosfera. Segundo os pesquisadores, as nuvens desse planeta são metálicas, compostas por titânio e silicatos, elementos comuns nas rochas da crosta terrestre. “Nós acreditamos até que as nuvens possam condensar-se em gotas, possibilitando chuva de titânio em algumas partes da atmosfera”, explicou Jenkins. O astrônomo e principal autor do estudo, Sergio Hoyer, do Laboratório de Astrofísica de Marselha, na França, destacou que até agora não há outro planeta com essas características. Vivien Parmentier, do Observatório da Côte d’Azur, na França, outro membro da equipe de pesquisa, observou que possuir uma atmosfera tão próxima da estrela o torna “um planeta que não deveria existir”. A exploração de exoplanetas já resultou na descoberta de mais de 5.000 mundos fora do Sistema Solar, muitos deles com características muito diferentes dos planetas conhecidos. Com o uso de telescópios avançados, como o recém-operacional Telescópio Espacial James Webb e o Extremely Large Telescope em construção no Chile, ainda mais descobertas fascinantes são esperadas. “A variedade de exoplanetas que encontramos é impressionante”, declarou Parmentier. “E estamos apenas no começo dessas descobertas.”

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Júpiter: O Gigante Gasoso que Intriga Cientistas

Júpiter: O Gigante Gasoso que Intriga Cientistas Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, é imenso a ponto de comportar mais de mil planetas do tamanho da Terra dentro de seu volume. Apesar de sua grandeza, ele ainda é um enigma para os cientistas. Um dos aspectos mais fascinantes de Júpiter é a ausência de uma superfície sólida, o que impossibilita pousos de naves ou caminhadas de astronautas em seu “chão”. Em um artigo publicado no site The Conversation, Benjamin Roulston, professor assistente de Física da Universidade Clarkson, nos Estados Unidos, explicou que Júpiter é classificado como um gigante gasoso e possui uma composição semelhante à do Sol. Para entender Júpiter, é preciso esquecer a ideia convencional de superfície sólida. A partir da camada superior de sua atmosfera, composta principalmente de hidrogênio e hélio, a pressão aumenta drasticamente à medida que se “mergulha” mais fundo. “Imagine que, em vez de água, você está cercado por camadas de gás que o empurram para baixo, aumentando a pressão ao redor de você. Seria como estar no fundo de um oceano, mas com gás em vez de líquido. A pressão se torna tão esmagadora que o corpo humano simplesmente implodiria”, descreveu Roulston. À medida que se avança em direção ao interior de Júpiter, o gás denso e aquecido se transforma em hidrogênio líquido, e, em profundidades ainda maiores, em um metal líquido, condição que os cientistas conseguiram reproduzir em laboratório apenas recentemente. Ao alcançar o núcleo, o cenário muda. A natureza do material presente no centro do planeta ainda é alvo de debate. De acordo com Roulston, o modelo mais aceito sugere que o núcleo não é sólido como uma rocha, mas sim uma mistura muito densa e quente de material líquido e possivelmente metálico. A pressão no núcleo de Júpiter é inimaginável, atingindo o equivalente a 100 milhões de atmosferas terrestres. Para se ter uma ideia, seria como ter dois prédios do tamanho do Empire State sobre cada centímetro quadrado do corpo humano. Caso uma nave tentasse se aproximar do núcleo, ela seria destruída pelo calor extremo, que chega a 20.000°C, uma temperatura três vezes maior que a da superfície do Sol. Roulston também destacou que, apesar de Júpiter ser um ambiente inóspito, sua presença pode ter sido essencial para a existência da vida na Terra. Ele atua como um escudo gravitacional para os planetas internos do Sistema Solar, desviando a trajetória de asteroides e cometas que poderiam, em certos casos, colidir com nosso planeta e causar extinções em massa. “Sem a intervenção de Júpiter, alguns desses detritos espaciais poderiam ter atingido a Terra, resultando em catástrofes de proporções como a que causou a extinção dos dinossauros”, explicou o professor.

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Supernova com forma de dente-de-leão e uma estrela “zumbi”

Supernova com forma de dente-de-leão e uma estrela “zumbi” Em 1181, astrônomos chineses e japoneses registraram o aparecimento de uma nova estrela próxima à constelação de Cassiopeia, visível por cerca de seis meses antes de desaparecer. Este evento, uma das poucas supernovas documentadas antes dos telescópios, intrigou os cientistas por séculos. Classificada como SN 1181, essa supernova permaneceu “órfã” por muito tempo, pois nenhum objeto celeste conhecido parecia associado a ela. Recentemente, pesquisadores localizaram o possível remanescente da supernova, identificado em 2021 na nebulosa Pa 30, descoberta em 2013 por Dana Patchick, um astrônomo amador, em um projeto de ciência cidadã usando imagens do telescópio WISE. Mas essa nebulosa é incomum: abriga uma “estrela zumbi” no centro, remanescente da explosão original. Acredita-se que a SN 1181 tenha ocorrido devido a uma explosão termonuclear de uma anã branca, uma estrela densa e morta. Em geral, essas explosões destroem completamente a estrela, mas neste caso, parte dela sobreviveu. Esse tipo de explosão parcial é classificado como uma supernova do Tipo Iax. Curiosamente, a estrela zumbi exibe filamentos que se assemelham às pétalas de um dente-de-leão. Uma equipe liderada por Tim Cunningham, do Centro de Astrofísica de Harvard & Smithsonian, e por Ilaria Caiazzo, professora no Institute of Science and Technology Austria (ISTA), produziu o primeiro estudo detalhado da estrutura e velocidade de expansão dessa supernova em 3D. Com o uso do espectrógrafo KCWI (Keck Cosmic Web Imager), localizado no Observatório W. M. Keck, no Havaí, os cientistas puderam analisar esses filamentos com precisão sem precedentes. Projetado para detectar luzes tênues no Universo, o KCWI fornece informações espectrais de cada pixel, permitindo que os pesquisadores observem o movimento da matéria da explosão em detalhes. O KCWI revelou um “mapa” tridimensional da nebulosa e seus filamentos. Os dados mostram que o material ejetado se move a uma velocidade de aproximadamente 1.000 quilômetros por segundo, de forma balística. Além disso, os pesquisadores notaram que os filamentos se expandem de maneira assimétrica, sugerindo que essa característica vem da explosão inicial. Esses filamentos formam uma borda interna nítida ao redor da estrela zumbi, deixando uma lacuna distinta ao seu redor. Esse estudo, além de revelar detalhes dessa explosão estelar peculiar, oferece uma nova compreensão sobre as supernovas do Tipo Iax e a estrutura dos remanescentes que elas deixam. Fonte: Artigo foi publicado no periódico The Astrophysical Journal Letters. e Harvard–Smithsonian Center for Astrophysics

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Haumea – o planeta anão mais bizarro do sistema solar

Haumea – o planeta anão mais bizarro do sistema solar Haumea, um dos objetos mais incomuns do Sistema Solar, é um planeta anão localizado no Cinturão de Kuiper, além da órbita de Netuno. Esse cinturão, semelhante ao de asteroides, é composto por corpos gelados distantes do Sol. Haumea tem uma forma oval e gira mais rapidamente do que qualquer outro objeto conhecido do Sistema Solar, completando uma rotação em apenas 3,9 horas. Devido à sua rápida rotação, Haumea possui uma forma alongada conhecida como elipsoide triaxial, com dimensões de aproximadamente 2.322 km em seu eixo mais longo, 1.704 km no intermediário e 1.138 km no mais curto. Essa forma se deve ao equilíbrio entre a força gravitacional e a força centrífuga causada pela rotação acelerada. Esse planeta anão é um dos poucos corpos no Sistema Solar que possui um anel de partículas em órbita. O anel, descoberto em 2017 através de um fenômeno de ocultação estelar, possui cerca de 70 km de largura e 4.600 km de diâmetro. Ele está em ressonância de 3:1 com a rotação de Haumea, o que significa que as partículas do anel completam uma revolução a cada três rotações de Haumea. Além do anel, Haumea tem duas luas conhecidas, Hi’iaka e Namaka, descobertas em 2005. Hi’iaka, a maior das duas, tem cerca de 320 km de diâmetro e orbita a uma distância de 50.000 km de Haumea. As características espectrais de sua superfície, que apresenta gelo cristalino, sugerem que as luas possam ter se originado de uma colisão que ejetou parte da superfície de Haumea há milhões de anos. A descoberta de Haumea gerou controvérsias na comunidade astronômica. Em 2004, duas equipes reivindicaram sua descoberta de forma independente: uma liderada por Michael Brown, nos EUA, e outra por José Luis Ortiz, na Espanha. Após debates, a União Astronômica Internacional reconheceu oficialmente a descoberta, dando crédito principal à equipe americana, mas também reconhecendo a contribuição da equipe espanhola. Este planeta anão, com suas luas, anéis e formato único, é um dos corpos mais fascinantes do Sistema Solar, intrigando cientistas e entusiastas da astronomia. Haumea é um lembrete das peculiaridades e da diversidade do cosmos, inspirando futuras investigações para desvendar seus segredos.

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A Grande Mancha Vermelha de Júpiter desapareceu

A Grande Mancha Vermelha de Júpiter desapareceu Um grupo de astrônomos se debruçou sobre dados recentes e registros históricos, para formular uma nova teoria sobre a Grande Mancha Vermelha de Júpiter. A famosa mancha é uma vasta tempestade de gases que gira na atmosfera de Júpiter e é observada desde pelo menos 1831. No entanto, relatos anteriores já mencionavam um fenômeno similar no planeta. Giovanni Cassini, no século XVIII, identificou uma “Mancha Permanente” em Júpiter. Recentemente, uma equipe da Universidade do País Basco, em Bilbau, divulgou um estudo sugerindo que essa mancha original e a Grande Mancha Vermelha de hoje não são o mesmo fenômeno. Agustin Sánchez-Lavega, um dos autores do estudo publicado no Geophysical Research Letters, afirma que a Mancha Permanente teria desaparecido entre o final do século XVIII e o início do século XIX. Com isso, a atual Grande Mancha Vermelha teria uma idade estimada de mais de 190 anos. Desde a Antiguidade, Júpiter já era objeto de observação, primeiro por astrônomos babilônios e chineses, e mais tarde, Galileu Galilei conseguiu, com seus telescópios, identificar quatro das luas do planeta, fortalecendo o conceito heliocêntrico do Sistema Solar. A partir de 1708, não há mais registros da tal Mancha Permanente em Júpiter, sugerindo que ela pode ter se dissipado. Combinando documentos antigos e dados modernos, os pesquisadores analisaram o formato, tamanho, área e movimento dos fenômenos, concluindo que a Grande Mancha Vermelha atual e a Mancha Permanente do passado não são a mesma tempestade. A equipe também conduziu simulações por computador, que indicam que a Grande Mancha Vermelha atual é uma tempestade anticiclônica massiva e persistente. Segundo eles, a Mancha Permanente provavelmente desapareceu no início do século XVIII, com a Grande Mancha Vermelha se formando no século XIX, a mesma que observamos hoje. Contudo, essa nova teoria gerou debate na comunidade científica. Alguns astrônomos questionam a possibilidade de duas grandes tempestades ocorrerem quase exatamente na mesma latitude. Scott Bolton, do Southwest Research Institute, no Texas, sugere que o que se observa agora pode ser uma evolução da tempestade anterior. Ainda assim, o enigma sobre a origem exata da Grande Mancha Vermelha que vemos atualmente permanece sem solução.

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As sondas Voyager da NASA estão sendo desligadas

As sondas Voyager da NASA estão sendo desligadas As Voyager 1 e Voyager 2, hoje os objetos mais distantes já enviados pela humanidade ao espaço, estão prestes a iniciar o processo de desligamento gradual. Segundo informações da revista Scientific American, a NASA está desativando instrumentos em ambas as sondas para conservar o restante de sua energia. Lançadas em 1977 com poucos dias de diferença, as Voyager tiveram uma história marcada por planejamento e também por adaptações improvisadas. Com quase cinco décadas de serviço contínuo e algumas das imagens mais impressionantes do espaço profundo, as sondas agora estão perto de exaurir suas reservas de energia. A decisão de desligar alguns equipamentos é uma tentativa de prolongar sua vida útil até 2030, mesmo que isso signifique abrir mão de certos registros científicos. Essa oportunidade única teve início em 1965, quando Gary Flandro, um engenheiro da NASA, calculou com precisão que, entre o final dos anos 1970 e início dos anos 1980, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno estariam alinhados “como um colar de pérolas”, na descrição da revista. Esse alinhamento raro permitiu que uma nave lançada pelos EUA aproveitasse a influência gravitacional dos quatro planetas para ganhar impulso e ultrapassar distâncias nunca antes alcançadas – algo crucial, visto que a União Soviética havia lançado o Sputnik-1 anos antes e liderava a corrida espacial. No entanto, havia um prazo apertado para aproveitar essa chance: esse alinhamento só ocorre a cada 176 anos, o que exigia que uma nave fosse lançada até a metade dos anos 1970. Em resposta, os EUA aceleraram o cronograma e lançaram duas espaçonaves, Voyager 1 e Voyager 2, praticamente idênticas, com poucos dias de diferença entre si. As duas sondas foram projetadas para explorar Júpiter e Saturno e cumpriram essa missão com sucesso. Hoje, 45 anos após o início de suas operações – muito além dos quatro anos previstos inicialmente – ambas seguem funcionando. Como destaca Ralph McNutt, físico da Universidade Johns Hopkins, “já ultrapassamos em dez vezes o prazo de garantia dessas sondas”. As Voyager operam por meio de plutônio radioativo, gerando uma média de quatro watts (4W) de energia por ano. Com o tempo, a diminuição gradual dessa fonte de energia tornou necessário o desligamento de alguns instrumentos para conservar recursos. Mesmo após a conclusão de sua missão original, as Voyager seguiram adiante no espaço. Em 1990, a Voyager 1 capturou a famosa imagem “Pálido Ponto Azul” da Terra, a cerca de 6 bilhões de quilômetros de distância. Em 2012 e 2018, respectivamente, as duas sondas atravessaram o limite do sistema solar, entrando no chamado “espaço interestelar” – uma marca ainda inédita para qualquer outra missão espacial. Estima-se que, por volta de 2030, ambas as sondas não terão mais energia para se comunicar com a Terra. Entretanto, elas continuarão viajando com uma missão adicional: cada uma leva um disco dourado contendo imagens, saudações em 55 idiomas, 90 minutos de músicas e diversos sons da Terra, como o som do vento, da chuva e dos batimentos cardíacos humanos. Tendo chegado a distâncias improváveis de serem alcançadas novamente tão cedo, as Voyager 1 e 2 carregam, quem sabe, a esperança de um contato futuro com formas de vida extraterrestre. Para quem se interessar, a NASA disponibiliza uma página com atualizações em tempo real sobre o progresso das sondas.

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Astrônomos detectaram uma estrutura oculta na borda do sistema solar

Astrônomos detectaram uma estrutura oculta na borda do sistema solar Recentemente, um grupo de astrônomos, sob a liderança de Wesley Fraser, do Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá, anunciou uma descoberta notável. Utilizando o Telescópio Subaru, no Havaí, a equipe identificou 11 objetos localizados a mais de 70 unidades astronômicas (UA) do Sol, em uma região muito além do que se acreditava ser o limite do Cinturão de Kuiper. Essas observações indicam a possível existência de um anel externo nessa parte do Sistema Solar, onde a densidade de objetos é consideravelmente alta, sugerindo uma nova estrutura até então desconhecida. Um detalhe intrigante é a ausência de objetos entre as 55 e 70 UA, criando uma lacuna que, embora possa parecer curiosa, não é inédita quando se trata de sistemas planetários em formação. Na verdade, estruturas como essa já foram detectadas em outros sistemas estelares, o que alinha o nosso Sistema Solar a fenômenos observados em diferentes partes da galáxia. Uma descoberta com implicações significativas Fumi Yoshida, cientista planetário do Japão, afiliado à Universidade de Ciências da Saúde Ocupacional e Ambiental e ao Instituto de Tecnologia de Chiba, destacou que, se essa descoberta for confirmada, ela poderá alterar profundamente nossa compreensão sobre a formação dos planetas no Sistema Solar. A existência de uma estrutura tão distante sugere que a nebulosa solar primordial, a nuvem de gás e poeira que deu origem ao Sol e aos planetas, era muito maior do que se estimava. Essa nova revelação também pode resolver um enigma que vem desafiando os astrônomos há décadas: o Cinturão de Kuiper, até então, parecia pequeno quando comparado com cinturões de outros sistemas planetários. No entanto, como Fraser ressaltou, essa impressão pode ter sido consequência das limitações tecnológicas das observações anteriores. Com a possível identificação de um novo componente do Cinturão de Kuiper, o Sistema Solar talvez não seja tão incomum quanto se pensava. Prosseguimento das observações Para confirmar a existência dessa nova estrutura, os astrônomos continuarão monitorando as órbitas dos 11 objetos detectados. O objetivo é verificar se esses corpos realmente fazem parte de um anel externo do Cinturão de Kuiper, ou se sua presença é apenas uma coincidência estatística. A sonda espacial New Horizons, que vem explorando as regiões externas do Sistema Solar desde seu encontro com Plutão em 2015, está atualmente a cerca de 60 UA do Sol e poderá desempenhar um papel crucial nas investigações futuras. Alan Stern, pesquisador principal da missão New Horizons, comentou sobre a importância dessa descoberta: “Esta é uma descoberta inovadora, que revela algo novo, surpreendente e empolgante nas fronteiras do Sistema Solar.” Stern também elogiou o Telescópio Subaru, cujas capacidades avançadas permitiram a detecção dessa estrutura que antes passava despercebida. Implicações futuras Caso as observações sejam confirmadas, a existência de um segundo componente no Cinturão de Kuiper pode transformar a maneira como entendemos a formação do Sistema Solar. A presença de lacunas e subestruturas nessa região sugere que o nosso sistema planetário pode ter mais semelhanças com outros sistemas da galáxia do que se pensava. Além disso, essa descoberta levanta novas questões sobre como essas características podem influenciar a habitabilidade do Sistema Solar e se estruturas semelhantes podem ser encontradas em sistemas estelares com planetas potencialmente habitáveis. Em resumo, uma área que antes era vista como pouco explorada e relativamente homogênea pode, na verdade, esconder uma rede complexa e inesperada de estruturas. Com a continuidade das investigações, esses novos dados podem nos ajudar a desvendar mistérios sobre a formação do Sistema Solar e nossa posição no universo.

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Captura inédita em pleno ar do maior foguete da história

Captura inédita em pleno ar do maior foguete da história No domingo, 13 de outubro, após uma longa espera por aprovações das autoridades regulatórias desde o início de agosto, a SpaceX realizou um teste de voo histórico com seu foguete Super Heavy e a espaçonave Starship. Essa missão, considerada a mais ousada até o momento pela empresa de Elon Musk, tinha como principal objetivo trazer o propulsor Super Heavy de volta ao ponto de lançamento e capturá-lo no ar. Até então, a SpaceX já vinha se destacando ao recuperar seus foguetes com pousos verticais controlados, utilizando pernas retráteis que se abriam nos últimos instantes antes de tocar o solo. Contudo, a nova abordagem representava uma inovação sem precedentes no setor aeroespacial. A equipe de engenheiros da SpaceX dedicou anos de trabalho e testes rigorosos, além de milhares de horas de esforço técnico, para garantir a construção de uma infraestrutura capaz de viabilizar esse feito. O voo foi bem-sucedido. Conforme as imagens divulgadas posteriormente, o Super Heavy decolou, atingiu 70 km de altitude, liberou a Starship para sua jornada espacial, e então realizou sua manobra de retorno. Em uma operação precisa, o gigantesco propulsor foi capturado no ar por dois braços mecânicos gigantescos, conectados a uma torre, que se fecharam ao seu redor, realizando o resgate do equipamento em pleno voo. Elon Musk, empolgado com mais essa conquista para sua empresa, compartilhou diversos vídeos em sua conta na plataforma X (antigo Twitter), revelando detalhes da missão e comentando sobre o sucesso. Em uma das gravações, ele relembrou uma entrevista dada há três anos, na qual descrevia sua visão para o projeto: “Se é possível trazer de volta uma parte do foguete ao solo, é melhor fazer isso. Foi por isso que decidimos remover as pernas usadas no pouso e implementar a torre para capturá-lo. Eu sei que parece uma ideia maluca. Quando sugeri, muitos pensaram que eu havia perdido o juízo, e até eu mesmo tive minhas dúvidas. Pode demorar, mas vamos conseguir.” Em outro vídeo, Musk explicou o funcionamento da estrutura projetada para realizar a captura: “Essa torre foi especialmente desenvolvida com braços projetados para agarrar o maior e mais pesado objeto voador já construído. Estamos falando de algo com cerca de 250 toneladas, e com o tempo pretendemos reduzir esse peso. Mesmo assim, o propulsor ainda estará descendo a mais da metade da velocidade do som. Quando os motores são acionados, isso diminui a velocidade praticamente para zero, e então ele entra entre os braços, que se fecham suavemente ao redor dele, trazendo-o para baixo com segurança. Embora as chances sejam incertas, são maiores que zero.” Na noite de domingo, Musk também deu uma atualização sobre o estado do foguete após o teste bem-sucedido: “Acabei de inspecionar o propulsor da Starship, que agora foi colocado de volta em sua base pelos braços da torre. Está em ótimo estado! Alguns dos bicos externos dos motores sofreram deformações devido ao calor, e há alguns outros problemas menores, mas tudo isso pode ser resolvido com facilidade. Nosso objetivo com o Starship é que ele esteja pronto para um novo voo em até uma hora após a decolagem. O propulsor retorna em cerca de 5 minutos, e o restante do tempo será para reabastecê-lo e posicionar uma nova espaçonave no topo.”

A Terra pode ter tido anéis há 466 milhões de anos-thumb
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A Terra pode ter tido anéis há 466 milhões de anos

A Terra pode ter tido anéis há 466 milhões de anos Uma descoberta recente está desafiando nossa compreensão sobre a história antiga da Terra, ao revelar indícios de que o planeta pode ter tido um sistema de anéis no passado. Essas evidências sugerem que o sistema de anéis teria se formado há cerca de 466 milhões de anos, no início de um período de intenso bombardeio de meteoritos, conhecido como o pico de impacto do Ordoviciano. Essa hipótese surpreendente surgiu a partir da análise de reconstruções de placas tectônicas dessa época, que indicam a localização de 21 crateras resultantes de impactos de asteroides. O intrigante é que todas essas crateras estão situadas a até 30 graus de latitude do equador, embora mais de 70% da crosta continental da Terra estivesse fora dessa faixa, algo que as teorias tradicionais não conseguem explicar. Os cientistas acreditam que esse padrão peculiar de impactos concentrados em uma faixa equatorial pode ter sido causado por um grande asteroide que passou muito perto da Terra. Ao cruzar o limite de Roche, onde as forças de maré são intensas, o asteroide teria se despedaçado, formando um anel de detritos ao redor do planeta, de forma semelhante aos anéis de Saturno e outros gigantes gasosos. Com o passar de milhões de anos, esse material começou a cair lentamente na Terra, gerando o aumento de impactos de meteoritos registrado no período geológico. Além disso, as rochas sedimentares dessa época apresentam quantidades anômalas de fragmentos de meteoritos. O que torna essa descoberta ainda mais intrigante são as potenciais implicações climáticas. Os pesquisadores sugerem que o anel de detritos pode ter projetado uma sombra sobre o planeta, bloqueando parte da luz solar e contribuindo para o resfriamento global significativo que ocorreu no Período Glacial Hirnantiano. Esse evento, que aconteceu próximo ao fim do Ordoviciano, é considerado um dos momentos mais frios dos últimos 500 milhões de anos. Em condições normais, asteroides atingem a Terra de maneira aleatória, resultando em crateras distribuídas uniformemente, como se observa na Lua e em Marte. Para entender se a distribuição das crateras no Ordoviciano realmente foi incomum e mais concentrada no equador, os cientistas calcularam a extensão da superfície continental que seria capaz de preservar crateras dessa época. Eles focaram em crátons estáveis — áreas de rochas antigas, não afetadas por processos tectônicos, erosão, gelo ou sedimentação. Utilizando uma metodologia de Sistemas de Informação Geográfica (GIS), identificaram regiões geologicamente adequadas para a preservação de crateras, como a Austrália Ocidental, África, partes da América do Norte e algumas áreas da Europa. Apenas 30% dessas áreas estavam próximas ao equador, mas todas as crateras do período foram encontradas dentro dessa faixa. A probabilidade disso ocorrer por acaso foi comparada a lançar uma moeda de três lados e conseguir o mesmo resultado 21 vezes seguidas. As implicações dessa descoberta vão além da geologia e fazem os cientistas repensarem o impacto que eventos cósmicos podem ter tido na evolução da Terra. Além disso, levanta questões intrigantes sobre a possível existência de outros sistemas de anéis em momentos diferentes da história do planeta, que poderiam ter influenciado o clima e a distribuição da vida. A ideia de que sistemas de anéis antigos podem ter desempenhado um papel na história da Terra abre novas perspectivas de estudo sobre as interações dinâmicas entre nosso planeta e o cosmos. Fonte: Artigo foi publicado no periódico Earth and Planetary Science Letters e Monash University

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Micróbios vivos de 2 bilhões de anos são encontrados em pedra

Micróbios vivos de 2 bilhões de anos são encontrados em pedra Cientistas da Universidade de Tóquio descobriram micróbios vivos com cerca de dois bilhões de anos em uma fratura de rocha no Complexo Bushveld Igneous (BIC), na África do Sul. Essa colônia microbiana é a mais antiga já registrada, sendo 1,9 bilhão de anos mais velha que qualquer outra descoberta. A importância da pesquisa vai além de esclarecer a evolução da vida na Terra, pois também pode auxiliar na busca por vestígios de vida em outros planetas, como Marte. Yohey Suzuki, líder da equipe, explicou que, até então, a amostra mais antiga com microrganismos vivos datava de 100 milhões de anos e foi encontrada no fundo do oceano. A nova descoberta desafia as noções sobre a habitabilidade de rochas tão antigas. Os resultados foram publicados na revista Microbial Ecology. A amostra foi retirada de uma profundidade de cerca de 15 metros no BIC, uma formação geológica criada pelo resfriamento lento de magma, onde a estabilidade da região permitiu a preservação da vida microbiana ao longo de bilhões de anos. A pesquisa contou com o apoio do International Continental Scientific Drilling Program, que facilitou a extração de um núcleo de rocha de 30 centímetros de comprimento. Ao analisarem as rachaduras da rocha, os cientistas encontraram células microbianas vivas densamente compactadas. Para confirmar que essas células eram realmente nativas da rocha e não resultantes de contaminação, a equipe usou diversas técnicas de imagem. As células foram inicialmente detectadas por espectroscopia O-PTIR, uma técnica de imagem infravermelha. Depois, elas foram tingidas com uma solução verde e analisadas por microscopia eletrônica de varredura e microscopia fluorescente. A combinação dessas metodologias garantiu a autenticidade da origem das células. Suzuki também destacou o interesse em explorar micróbios subterrâneos em outros planetas. A missão Perseverance da NASA, atualmente em Marte, está trazendo amostras de rochas com idade semelhante às estudadas na Terra. A descoberta de vida microbiana tão antiga no nosso planeta é um passo fundamental para os estudos da biologia extraterrestre, e o que pode ser encontrado em Marte gera grande expectativa para o futuro.

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