astronuum

Introdução a Astronomia

Esfera Celeste

Esfera Celeste Qualquer pessoa ao observar o céu de um local descampado percebe que está no centro de um grande hemisfério celeste. Esse tipo de visualização do céu contribuiu para a concepção do geocentrismo grega e os mesmos cunharam o termo esfera celeste. Em Astronomia o céu é idealizado como uma grande esfera, Esfera Celeste, ou abóbada celeste, que está centrada na Terra. A esfera celeste seria uma superfície esférica imaginaria que envolve a Terra. Nesta superfície localizamos os corpos celestes. Note que esfera celeste é uma projeção da superfície da Terra no espaço. Esta abordagem geocêntrica desenvolvida pelos gregos antigos ainda é utilizada até hoje para localizar os astros. A seguir, Alguns planos e pontos na esfera celeste, que são úteis para a determinação da posição dos astros no céu. Horizonte É um plano tangente à Terra no lugar em que se encontra o observador. Como o raio da Terra é desprezível frente ao raio da esfera celeste, considera-se que o Horizonte é um círculo máximo da esfera celeste. Ou seja, que passa pelo centro da esfera, dividindo a esfera celeste em dois hemisférios, o das estrelas visíveis e o das invisíveis, naquele momento e naquele lugar. Zênite Ponto no qual a vertical do lugar, perpendicular ao horizonte, intercepta a esfera celeste, acima da cabeça do observador. Nadir Ponto diametralmente oposto ao Zênite. Equador Celeste Círculo máximo em que o prolongamento do equador da Terra intercepta a esfera celeste. Polo Norte Celeste Ponto em que o prolongamento do eixo de rotação da Terra intercepta a esfera celeste, no hemisfério norte. Polo Sul Celeste Ponto em que o prolongamento do eixo de rotação da Terra intercepta a esfera celeste, no hemisfério sul. Círculo Horário ou Meridiano Qualquer círculo máximo da esfera celeste que contém os dois polos celestes. O meridiano que passa pelo Zênite se chama meridiano local. Paralelo Qualquer círculo da esfera celeste paralelo ao equador celeste. É também chamado círculo diurno. Eclíptica Devido ao movimento de translação da Terra em torno do Sol, o Sol aparentemente se move entre as estrelas, ao longo do ano, descrevendo uma trajetória na esfera celeste chamada Eclíptica. A Eclíptica é um círculo máximo que tem uma inclinação de 23°27′ em relação ao Equador Celeste. É esta inclinação que causa as estações do ano. Zodíaco O zodíaco é uma faixa do céu limitada por dois paralelos de latitude celeste: um a 8° ao norte e o outro a 8° ao sul da Eclíptica (círculo máximo da Esfera Celeste que representa o movimento aparente anual do Sol ) por onde se deslocam o Sol, a Lua e os planetas.

Introdução a Astronomia

Isaac Newton

Isaac Newton Isaac Newton nasceu em 4 de janeiro de 1643 (observação: essa data corresponde ao calendário gregoriano, adotado na Inglaterra em 1752, enquanto no calendário juliano usado anteriormente, sua data de nascimento teria sido em 25 de dezembro de 1642), em Woolsthorpe, Lincolnshire, Inglaterra. Inicialmente, Newton dedicou-se ao estudo do direito em Cambridge. Durante seu tempo lá, ele imergiu na filosofia de Aristóteles, Descartes, Gassendi e Boyle, além de explorar a nova álgebra e geometria analítica de Viète, Descartes e Wallis. A mecânica astronômica de Copérnico e Galileo, juntamente com a ótica de Kepler, também o cativaram. Seu primeiro trabalho como professor foi na área da óptica. Newton argumentou que a luz branca era uma composição de diferentes tipos de raios refratados em ângulos distintos, resultando em diferentes cores espectrais. Ele erroneamente concluiu que telescópios com lentes refratoras sempre sofreriam de aberração cromática, levando-o a propor e construir um telescópio refletor. Em 1666, a genialidade de Newton o levou a imaginar que a força centrípeta na Lua era derivada da atração gravitacional da Terra. Utilizando sua lei para a força centrípeta e a terceira lei de Kepler, Newton deduziu a lei da gravitação. Incentivado por Halley, Newton escreveu um trabalho abrangente sobre sua nova física e sua aplicação à astronomia. Em menos de dois anos, ele havia escrito os dois primeiros volumes do “Principia”, apresentando leis gerais e suas aplicações em diversos campos. Somente no terceiro volume, ele aplicou suas leis ao movimento dos corpos celestes. Em 1687, seu trabalho “Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica”, mais conhecido como “Principia”, foi publicado. Lei da Gravitação Universal A partir dos princípios estabelecidos por Galileu e Kepler, Newton formulou sua teoria da gravitação, conhecida como a Lei da Gravitação Universal. Essa lei afirma que todos os corpos massivos exercem uma atração mútua proporcional às suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. Matematicamente, essa lei pode ser expressa por:

Introdução a Astronomia

Galileu Galilei

Galileu Galilei Galileo Galilei, nascido em 15 de fevereiro de 1564, na cidade de Pisa, filho de Vincenzo Galilei, um músico alaudista reconhecido por seus estudos sobre a teoria musical, e Giulia Ammannati de Pescia. Em maio de 1609, Galileo ouviu falar de um dispositivo de visualização à distância criado pelo holandês Hans Lipperhey. Mesmo sem ter visto o aparelho, construiu sua própria luneta em junho, proporcionando um aumento de 3 vezes. Logo percebeu a importância de fixar a luneta, ou telescópio, como viria a ser chamado mais tarde, para registrar com precisão sua posição. Até dezembro, construiu diversos modelos, o mais potente atingindo um aumento de 30 vezes, e realizou uma série de observações da Lua, revelando suas montanhas. Entre 7 e 15 de janeiro de 1610, Galileo descobriu os satélites de Júpiter, e em 12 de março de 1610, publicou em latim o “Sidereus Nuncius” (Mensageiro das Estrelas), apresentando suas descobertas feitas em abril do mesmo ano. Essa descoberta contradizia o sistema ptolomaico, demonstrando que corpos celestes orbitavam outros corpos que não a Terra. No mesmo ano, Galileo realizou observações que levaram à descoberta das fases de Vênus, um fenômeno incompatível com a teoria geocêntrica de Ptolomeu. Contudo, essa observação se encaixava perfeitamente no modelo heliocêntrico de Copérnico. Em 1613, a Academia del Lincei publicou a obra “História e Demonstração sobre as Manchas Solares e seus Acidentes”, de Galileo, argumentando que a existência das manchas solares comprovava a rotação do Sol. Em abril de 1630, Galileo concluiu seu livro “Diálogo dos Dois Mundos” e enviou para o Vaticano para aprovação para publicação. Embora tenha recebido autorização para publicá-lo em Florença, O papa, que enfrentava grande oposição política na época, enviou o caso para a Inquisição, o livro foi proibido pela Inquisição em 21 de fevereiro de 1632. Escrito em italiano, o livro tinha um caráter mais pedagógico-filosófico do que científico. Apesar de ter sido publicado com as devidas autorizações eclesiásticas, Galileo foi chamado a Roma, julgado por heresia e condenado em 1633. Em 22 de junho de 1633, em uma cerimônia no convento dos padres dominicanos de Santa Maria de Minerva, foi proclamada a sentença que proibia o “Diálogo” e sentenciava Galileo ao cárcere. Aos setenta anos, Galileo, praticamente cego, renegou suas conclusões sobre a Terra não ser o centro do Universo e permanecer imóvel. A sentença de exílio foi posteriormente convertida em prisão domiciliar em sua residência em Arcetri, onde ele permaneceu até sua morte. Apesar de sua cegueira, Galileo completou o livro “Discurso das Duas Novas Ciências, Mecânica e Dinâmica”, contrabandeado para a Holanda, já que Galileo havia sido proibido de fazer contatos públicos ou publicar novos livros. O livro foi publicado em Leiden em 1638, abordando oscilações pendulares, coesão dos sólidos, movimento uniforme, acelerado e uniformemente acelerado, além das trajetórias parabólicas percorridas por projéteis.

Introdução a Astronomia

Johannes Kepler

Johannes Kepler Johannes Kepler nasceu em 27 de dezembro de 1571, no sul da atual Alemanha, então parte do Sacro Império Romano, em uma cidade chamada Weil der Stadt, na região da Swabia. Segue abaixo algumas curiosidades sobre os livros publicados por Kepler: Livro: Mistérios do Universo No início de 1597, Kepler publica seu primeiro livro, cujo título abreviado é Mysterium Cosmographicum  (Mistérios do Universo). Neste livro defendia o heliocentrismo de Copérnico, e propunha que o tamanho de cada órbita planetária é estabelecido por um sólido geométrico (poliedro) circunscrito à órbita anterior. Este modelo matemático poderia prever os tamanhos relativos das órbitas. Kepler enviou um exemplar para Tycho Brahe, que respondeu que existiam diferenças entre as previsões do modelo e suas medidas. Um exemplar enviado a Galileo, 8 anos mais velho que Kepler, fez este enviar uma pequena carta a Kepler agradecendo mas dizendo que ainda não havia lido, e dizendo que acreditava na teoria de Copérnico Livro: Epitome Astronomiae Entre 1617 e 1621 Kepler publicou os 7 volumes do Epitome Astronomiae Copernicanae (Compendium da Astronomia Copernicana), que se tornou a introdução mais importante à astronomia heliocêntrica, e um livro texto de grande uso. A primeira parte do Epitome, publicada em 1617, foi colocada no Index de livros proibidos pela Igreja Católica em 10 de maio de 1619. A proibição por parte da Igreja Católica às obras sobre o modelo heliocêntrico começou pelo fato de Galileo ter escrito seu livro Siderius Nuncius (Mensagem Celeste) em 1610, despertando o interesse do povo. A razão da proibição era que no Salmo 104:5 do Antigo Testamento da Bíblia, está escrito: “Deus colocou a Terra em suas fundações, para que nunca se mova”. Livro: Harmonices Mundi Em 1619 Kepler publicou Harmonices Mundi (Harmonia do Mundo), em que derivava que as distâncias heliocêntricas dos planetas e seus períodos estão relacionados pela Terceira Lei, que diz que o quadrado do período é proporcional ao cubo da distância média do planeta ao Sol. Esta lei foi descoberta por Kepler em 15 de maio de 1618. Abaixo, as duas leis do movimento planetário e a 3ª Lei de Kepler, ou Lei Harmônica. 1ª Lei de Kepler Ao analisar as posições de Marte observadas por Tycho Brahe, Kepler conseguiu, pela primeira vez na história, demonstrar que as órbitas dos planetas em torno do Sol não são circunferências perfeitas, conforme se acreditava até então, mas sim elipses. A formulação da Primeira Lei de Kepler pode ser resumida da seguinte forma: Os planetas movem-se em órbitas elípticas, nas quais o Sol ocupa um dos focos. 2ª Lei de Kepler ou Lei das Áreas Os planetas não percorrem suas elipses com velocidades orbitais constantes. Próximo ao foco ocupado pelo Sol (periélio), os planetas aumentam sua velocidade, atingindo o valor máximo. À medida que se afastam do Sol (afélio), suas velocidades diminuem, alcançando um mínimo. Apesar dessas variações de velocidade, Kepler demonstrou que as áreas “varridas” pelos raios vetores de um planeta são proporcionais ao tempo. Pode-se afirmar que a velocidade areolar de cada planeta é constante ao longo de sua órbita. Embora essas verificações tenham sido realizadas para Marte, Kepler intuiu que elas se aplicariam aos outros planetas, e enunciou a Segunda Lei de Kepler: Em cada órbita, o segmento de reta que une o planeta ao Sol varre áreas iguais em tempos iguais. Ambas, a primeira e a segunda leis foram inicialmente apresentadas no livro “Astronomia Nova” em 1609. 3ª Lei de Kepler ou Lei Harmônica A terceira lei foi publicada no livro “Epitome Astronomiæ Copernicanæ” em 1619. O enunciado dessa lei é o seguinte: Os quadrados dos períodos das órbitas dos planetas são proporcionais aos cubos dos semieixos maiores das respectivas elipses.

Introdução a Astronomia

Nicolau Copérnico e Tycho Brahe

Nicolau Copérnico Na Astronomia, o Renascimento foi marcado pela influência principal de Nicolau Copérnico, também conhecido como Mikolaj Kopernik, um polonês nascido em 19 de fevereiro de 1473, em Torun, às margens do rio Vístula, na Pomerânia (Polônia). Em 1540, Georg Joachim (Rheticus) enviou para publicação o livro completo de Copérnico, intitulado “De Revolutionibus” (“As Revoluções”), cujo primeiro exemplar chegou às mãos de Copérnico em seu leito de morte, em 1543. Provavelmente, Copérnico não sabia que o prefácio dedicado ao Papa Paulo III havia sido substituído por outro, anônimo, escrito por Andreas Osiander (1498-1552), um pastor luterano interessado em Astronomia. Este prefácio enfatizava o caráter hipotético do novo sistema, além de modificar o título para “De Revolutionibus Orbium Coelestium” (“As Revoluções dos Orbes Celestes”). No livro, Copérnico afirmava que a Terra realizava “uma revolução em torno do Sol, assim como qualquer outro planeta”. Ele desenvolveu essa ideia matematicamente, construindo um sistema capaz de explicar as observações celestes, pelo menos tão precisamente quanto qualquer variação do sistema de Ptolomeu. Tycho Brahe Tycho Brahe, nascido em 14 de dezembro de 1546, foi o primogênito de Otto Brahe e Beatte Bille, pertencentes a uma família nobre da Dinamarca. Reconhecido por sua excepcional habilidade de observação, em sua ilha dinamarquesa de Hven, dispunha de instrumentos de precisão notável para a época. Esses instrumentos refinados permitiram-lhe acumular uma vasta quantidade de dados sobre os movimentos planetários. Uma curiosidade notável é que Tycho Brahe foi o primeiro astrônomo a calibrar e verificar periodicamente a precisão de seus instrumentos, corrigindo as observações por conta da refração atmosférica. Ele realizava suas observações diariamente, independentemente das configurações celestes serem favoráveis ou não, o que levou à descoberta de anomalias orbitais dos planetas previamente desconhecidas. O papel de Tycho Brahe na astronomia foi de fundamental importância, apesar do sistema que ele desenvolveu, uma combinação dos sistemas ptolomaico e copernicano, estar destinado ao fracasso. Em seu modelo, todos os planetas, exceto a Terra, orbitavam ao redor do Sol, enquanto a Lua e o Sol orbitavam em torno da Terra. Brahe acreditava que esse sistema poderia oferecer uma alternativa superior ao modelo de Nicolau Copérnico (1473-1543), embora tenha falecido antes de poder testar completamente essa teoria.

Curiosidades

Chove diamantes em Urano e Netuno

Chove diamantes em Urano e Netuno Diferentemente de Júpiter e Saturno, os planetas gasosos Urano e Netuno, os mais distantes do nosso sistema solar, geralmente não recebem tanta atenção. No entanto, um fato fascinante pode mudar essa percepção: esses planetas abrigam verdadeiras chuvas de diamantes. Dois fatores são fundamentais para que isso aconteça: “pressão” e “temperatura”, que atuam sobre o gelo presente nesses dois planetas extremamente frios do nosso sistema solar. Antes de tudo, é importante entender o que é considerado “gelo”. Ao contrário do que normalmente associamos ao termo, quando nos referimos a Urano e Netuno, os dois planetas são compostos principalmente de água, metano e amônia. As moléculas desses três elementos são chamadas de “gelo” pelos astrônomos, embora a única razão plausível para isso seja que, durante a formação dos planetas, esses elementos estavam na forma sólida. Grande parte desses componentes está presente sob as densas nuvens dos distantes planetas gasosos. Sabemos muito pouco sobre o comportamento desses ambientes, pois a última vez que uma missão espacial explorou Urano ou Netuno foi com a sonda Voyager 2, lançada em agosto de 1977, que ainda está ativa, juntamente com sua predecessora, a Voyager 1. Desde então, todas as informações que temos sobre Urano e Netuno vêm de observações telescópicas. Portanto, cientistas especializados coletam os poucos dados disponíveis e os combinam com experimentos de laboratório, a fim de recriar as condições observadas nos dois planetas. Isso, juntamente com modelos matemáticos estimativos, nos ajuda a preencher as lacunas de conhecimento. É por meio desse processo que podemos afirmar que ocorrem “chuvas de diamantes” em Urano e Netuno. Urano e Netuno fazem inveja as joalherias A primeira menção à “chuva de diamantes” em Urano e Netuno foi feita pela Voyager 2, como mencionado anteriormente. Basicamente, a ideia é a seguinte: sabemos do que esses dois planetas são compostos. A física também nos ensina que, à medida que nos aproximamos do núcleo de um planeta, a temperatura ambiente aumenta. Tanto Urano quanto Netuno possuem núcleos rochosos, provavelmente envoltos pelos elementos mencionados anteriormente, formando o “manto” desses dois planetas, assim como o ferro, alumínio, magnésio e outros minerais formam o manto da Terra. Nas camadas mais internas desses gigantes gasosos, as temperaturas podem chegar a quase 6.800 °C, com uma pressão seis milhões de vezes maior do que a da Terra. Nos lados mais externos, essas condições diminuem, com temperaturas um pouco abaixo de 1.800 °C e uma pressão cerca de 200 mil vezes maior do que a da Terra. É nessa variação de pressão que devemos nos concentrar: de forma resumida, essas mudanças conseguem quebrar as moléculas de metano, liberando carbono. Esse carbono livre se acumula e se cristaliza em longas cadeias, formando os “diamantes”. Esses diamantes, então, descem pelas camadas do manto de Urano e Netuno até se tornarem demasiadamente quentes, derreterem, evaporarem e subirem novamente, resfriando-se, cristalizando-se e “chovendo” mais uma vez – um ciclo interminável. Essa era a teoria. A melhor forma de validar isso, sem enviar uma nave espacial até os dois planetas, foi por meio de experimentos de laboratório que reproduzissem esse efeito utilizando os mesmos elementos – ou suas melhores equivalentes. Nesse caso, o metano é muito instável para ser manipulado dessa forma, então os cientistas optaram por uma solução que é, em partes iguais, mas mais acessível: o poliestireno, conhecido como isopor. Obviamente, não há isopor em Urano ou Netuno. No entanto, segundo os especialistas, quimicamente falando, o poliestireno se comporta de forma semelhante ao metano, sendo mais fácil de manipular e, mais fácil de obter em grandes quantidades. Utilizando poderosos feixes de laser direcionados ao isopor, conseguiram criar “nano diamantes”, reproduzindo a pressão e a temperatura observadas nos dois planetas gasosos. É importante ressaltar que não foi criada uma miniatura de Urano ou Netuno – esses planetas mantêm pressões e temperaturas constantes, enquanto nossos experimentos reproduzem esses fatores em espaços de tempo muito curtos, segundos na melhor das hipóteses. Portanto, a “chuva de diamantes” nesses planetas provavelmente envolve pedras mais densas e maiores, ao contrário dos nossos “nano diamantes”. No entanto, esses experimentos comprovaram a validade da teoria, aproximando-nos um passo mais próximo de compreender esses dois planetas distantes em nosso sistema solar. https://www.youtube.com/watch?v=JSJKQhrssV4

thumb-reator-nuclear-natural
Notícias

Reator nuclear natural de 2 bilhões de anos é encontrado na África

Reator nuclear natural de 2 bilhões de anos é encontrado na África Em maio de 1972, um empregado de uma fábrica de processamento de combustível nuclear na França notou algo suspeito durante uma análise de rotina de urânio de uma fonte aparentemente comum. Como acontece com todo urânio natural, a amostra continha três isótopos diferentes: urânio-238, o mais abundante; urânio-234, o mais raro; e urânio-235, o isótopo valioso capaz de sustentar uma reação nuclear em cadeia. Em outras partes da crosta terrestre, da Lua e até mesmo de meteoritos, o urânio-235 compõe apenas 0,720% do total. No entanto, neste caso, que veio do depósito de Oklo no Gabão (uma ex-colônia francesa na África Ocidental equatorial), o urânio-235 constituía apenas 0,717%. Essa pequena diferença foi suficiente para chamar a atenção dos cientistas franceses para algo estranho. Análises posteriores revelaram que a quantidade de urânio-235 em pelo menos uma parte da mina era significativamente menor do que o normal, com cerca de 200 kg tendo sido extraídos – o suficiente para produzir cerca de seis bombas nucleares. Cientistas de todo o mundo se reuniram no Gabão para estudar esse fenômeno e descobriram que o local onde foi encontrado urânio era um reator nuclear subterrâneo muito avançado – além da capacidade de nosso conhecimento científico atual. Esse reator existia há 1,8 bilhões de anos e estava em operação há cerca de 500.000 anos. Os cientistas investigaram a mina de urânio e apresentaram seus resultados em uma conferência da Agência Internacional de Energia Atômica. Eles encontraram vestígios de produtos de fissão e resíduos de combustível em vários locais dentro da área da mina. Em comparação com esse enorme reator, nossos reatores nucleares atuais parecem primitivos e pouco impressionantes. Estudos indicam que o reator nuclear encontrado na mina de urânio tinha vários quilômetros de comprimento e causava um impacto térmico a cerca de 40 metros ao redor. Ainda mais surpreendente é o fato de que os resíduos radioativos não vazaram para fora da área da mina, sendo mantidos no lugar pela geologia da região. O que tornou essa descoberta tão surpreendente foi a ocorrência de uma reação nuclear que produziu plutônio (um subproduto) de forma controlada. Esse resultado é considerado o “Santo Graal” da ciência atômica, pois significa que, uma vez iniciada, a reação nuclear pode ser controlada para aproveitar a energia de saída de forma segura, sem risco de explosão e liberação de toda a energia de uma só vez. No entanto, o Dr. Glenn T. Seaborg, ex-chefe da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos e Prêmio Nobel, afirmou que as condições para a queima do urânio em uma reação são extremamente precisas. É necessário um moderador, como água, para frear os nêutrons liberados, além de um combustível e moderador extremamente puros, sem nenhum contaminante, como o boro. Além disso, especialistas em engenharia de reatores observaram que o minério de urânio em Oklo nunca foi rico o suficiente em U-235 para gerar uma reação natural, mesmo durante a formação dos depósitos, que ocorreu há muito tempo devido ao decaimento radioativo. Portanto, a reação em Oklo sugere que o urânio original era muito mais rico em U-235 do que poderia ser encontrado naturalmente. Se a natureza não foi responsável, a reação pode ter sido produzida artificialmente. Isso levanta a possibilidade de que Oklo possa ter sido o local de um reator nuclear antigo, construído por uma civilização tecnologicamente avançada há cerca de dois bilhões de anos. Alex Meshik e seus colegas da Universidade de Washington descobriram que o reator nuclear em Oklo funcionava por 30 minutos, depois era interrompido por 2,5 horas antes de recomeçar. Isso ocorria porque a água infiltrava-se nas rochas e era fervida quando a reação nuclear começava, interrompendo as reações quando a água fervia completamente. Esse ciclo impediu que o reator entrasse em estado crítico, e estimou-se que ele funcionou por 150.000 anos. Os cientistas confirmaram que a água era crucial para o funcionamento do reator, pois o gás xenônio encontrado nos depósitos de urânio só poderia ser preso se o reator fosse desligado periodicamente. Embora a água e o urânio não sejam exclusivos de Oklo, nenhum outro reator natural foi encontrado. Acredita-se que o reator foi preservado da erosão após afundar a poucos quilômetros abaixo da superfície e que, posteriormente, mudanças geológicas trouxeram os depósitos de urânio de volta à superfície. Alguns especulam que o reator foi construído por uma civilização antiga ou por extraterrestres, pois é improvável que um mecanismo tão complexo tenha surgido por acaso na natureza. https://www.youtube.com/watch?v=pJ5uKkU2y-A

Curiosidades

Auroras podem ocorrer em outros planetas?

Auroras podem ocorrer em outros planetas? Se você tiver a sorte de vislumbrar a aurora boreal, será uma experiência que você nunca esquecerá. Essas faixas dançantes de luz verde, vermelha e roxa iluminam periodicamente o céu noturno do Círculo Polar Ártico. Luz semelhante também é vista no Hemisfério Sul, irradiando de áreas ao redor da Antártida. O brilho misterioso é um fenômeno chamado auroras, em homenagem à antiga deusa grega do amanhecer. Mas a origem da aurora não é sagrada. Em vez disso, elas são causadas por ventos solares de alta energia que bombardeiam a atmosfera superior da Terra. Quando os fótons desses ventos solares interagem com os gases atmosféricos, eles brilham em cores brilhantes e desenham formas fantásticas ao longo das linhas do campo magnético do nosso planeta. Mas a Terra é o único lugar no sistema solar onde as auroras podem ser vistas? Acontece que as auroras não são exclusivas do nosso planeta. Elas também existem em outros corpos celestes. Essas auroras alienígenas assumem formas mais belas e exóticas. Por exemplo, um tipo de aurora (apelidada de aurora “sinuante e discreta”) recentemente descoberta em Marte serpenteia a meio caminho para o Planeta Vermelho, apesar de ter apenas linhas de campo magnético irregulares. O campo magnético de Urano, como o próprio planeta, é inclinado em seu eixo, fazendo com que as auroras assumam formas complexas e se formem em regiões inesperadas. De acordo com um estudo de 2021 publicado na revista Geophysical Research Letters, algumas das auroras de Saturno são produzidas por padrões climáticos. Porém, As auroras mais poderosas do sistema solar até agora ocorreram em Júpiter. Um estudo de 2017 publicado na revista Nature descobriu que essas intensas rajadas de radiação eletromagnética são 30 vezes mais poderosas do que as da Terra. Mas mesmo com tanta energia, você provavelmente não será capaz de ver as auroras de Júpiter a olho nu – a maior parte de sua luz é emitida em comprimentos de onda fora do espectro visível. Em outras partes do sistema solar, a definição de aurora cai por terra. Normalmente, acredita-se que as auroras sejam brilhos eletromagnéticos incandescentes produzidos pelo vento solar que ocorrem nas atmosferas dos planetas (ou luas). Mercúrio não tem atmosfera – mas experimenta tempestades geomagnéticas que produzem auroras. Se você olhar para Mercúrio à noite com um espectrômetro de raios X, verá as rochas na superfície brilharem com raios X. é como uma aurora de estado sólido. Da mesma forma, algumas das auroras de Júpiter não são produzidas pelo vento solar. Em vez disso, elas são criadas por partículas lançadas na magnetosfera pela sua lua vulcânica IO, de acordo com a NASA. Agora, com instrumentos de próxima geração, como o Telescópio Espacial James Webb, os cientistas esperam poder até mesmo olhar profundamente no universo para detectar as primeiras auroras em exoplanetas. Ninguém sabe do que se tratam esses shows de luzes, mas com certeza serão espetaculares.

Tempestade-solar-pode-derrubar-toda-a-internet-thumb
Curiosidades

Tempestade solar pode derrubar toda a internet ?

Tempestade solar pode derrubar toda a internet ? As tempestades solares ocorrem quando o sol libera uma intensa explosão de radiação eletromagnética . Essa perturbação lança ondas de energia que viajam pelo espaço, impactando outros corpos do sistema solar, incluindo a Terra . Quando as ondas eletromagnéticas vindas do sol interagem com o campo magnético da Terra, algumas coisas acontecem. Essa tempestades vindas do sol faz com que correntes elétricas fluam na atmosfera superior da Terra, essa corrente elétrica aquece o ar. Criando belas auroras que aparecem nas regiões polares, mas também podem interromper os sinais de rádio e o GPS. Além do que, à medida que a atmosfera aquece, ela incha, adicionando resistência extra aos satélites em órbita baixa da Terra e derrubando pedaços menores de lixo espacial fora do curso. O outro impacto, poderosas correntes elétricas fluindo na atmosfera superior do nosso planeta, induzem correntes poderosas na crosta. Isso pode interferir nos condutores elétricos situados no topo da crosta, como as linhas de transmissão que transportam eletricidade das estações geradoras para as residências e edifícios, como resultado teríamos quedas de energia localizadas. Um desses eventos atingiu Quebec em 13 de março de 1989, resultando em um apagão de 12 horas. Mais recentemente, uma explosão solar derrubou 40 satélites Starlink. Porém, tirar alguns satélites Starlink não é suficiente para atrapalhar o acesso global à Internet. Para derrubar a internet por completo, a tempestade solar precisaria interferir nos cabos de fibra ótica ultra longos que se estendem sob os oceanos e ligam os continentes. Entre 50 e 145 quilômetros, esses cabos são equipados com repetidores que ajudam a aumentar o sinal à medida que viaja. Os cabos em si não sejam vulneráveis as tempestades geomagnéticas, mas os repetidores são. E se um repetidor cair, pode ser que todo o cabo seja derrubado, e se cabos suficientes ficarem offline, isso pode causar um apagão da internet. Um apagão global da internet seria catastrófico, interromperia desde a cadeia de suprimentos até o sistema médico, o mercado de ações e a capacidade básica das pessoas de trabalhar e se comunicar. Existem maneiras de proteger a internet contra uma possível tempestade solar. Uma delas, é proteger redes elétricas, satélites e cabos submarinos contra sobrecargas devido a corrente, usando dispositivos de segurança para desligar as redes durante uma tempestade solar. Outra maneira, mais barata, seria um sistema mais eficiente para prever futuras tempestades solares. A tecnologia atual só consegue prever tempestades solares com até dois dias de antecedência, antes de atingir a Terra. Eles fazem essa previsão com base na atividade das manchas solares, manchas pretas na superfície do sol que indicam áreas de alta atividade do plasma. Para fazer essas previsões os cientistass também usam informações como onde o sol está em seu ciclo solar atual. O sol passa por ciclos de aproximadamente 11 anos de maior ou menor atividade, e seu próximo pico de atividade, conhecido como máximo solar, deve ser por volta de 2025. A última tempestade geomagnética mundial registrada é o chamado Evento Carrington de 1859, durante o qual foram observadas auroras até o sul de Cuba e Honolulu, Havaí. Se a internet existisse durante este evento, havia uma gramde chance de ela ter sido interrompida com a tecnologia atual.

Curiosidades

Todos os oceanos do nosso sistema solar

Todos os oceanos do nosso sistema solar O que muitos não sabem é que o nosso sistema solar está cheio de água líquida, basta saber onde procurar. Embora a Terra esteja perfeitamente posicionada na zona habitável, onde a água líquida pode existir na superfície de um mundo, outros corpos celestes, como planetas anões e luas, também possuem água líquida, embora ela esteja escondida em lugares inesperados. Portanto, os cientistas têm que usar técnicas especiais para encontrar essa preciosa substância. Europa, uma das luas de Júpiter A lua Europa, que orbita o planeta Júpiter, é um lugar surpreendentemente aquático. Embaixo de sua superfície gelada, existe um oceano quente, mantido em estado líquido graças às forças gravitacionais de Júpiter, e não pelo calor do Sol. Em 2011, o Telescópio Espacial Hubble detectou gêiseres saindo da superfície de Europa, alguns chegando a atingir alturas de até 200 km. De fato, o orbitador da NASA, Galileo, voou direto por um desses jatos aquáticos em 1997, mas só descobrimos isso recentemente. Europa possui uma superfície característica conhecida por “terrenos do caos”, causados pelas águas subterrâneas agitadas nas latitudes mais baixas da lua, e também experimenta mudanças tectônicas ocasionais que podem levar materiais para o oceano abaixo. Com todas essas características aquáticas, não é surpresa que Europa seja considerada um dos melhores candidatos do sistema solar a abrigar vida primitiva.  Europa,  lua de Júpiter. Crédito NASA Ganímedes, outra lua de Júpiter Ganímedes, a maior lua de Júpiter, parece estar escondendo um oceano também. Em 2015, os cientistas da NASA observaram movimentos estranhos de balanço na lua, que consideraram como evidência de um oceano subterrâneo significativo. Os cálculos sugerem que esse oceano tem uma profundidade de 100 km, o que indica uma enorme quantidade de água líquida nesta lua gigantesca. Para comparação, os oceanos da Terra não ultrapassam uma profundidade de 10 km. Ilustração com composição da lua Ganímedes, de Júpiter. Crédito NASA JPL Caltech Lua Encélado, de Saturno A lua Encélado, que orbita Saturno, também possui um oceano subterrâneo. Como a lua Europa, Encélado ocasionalmente lança jatos de água no espaço. O orbitador Cassini da NASA detectou vestígios de sal e poeira de sílica provenientes desses gêiseres, o que indica processos químicos complexos sob a crosta de gelo da lua. Encélado também possui fraturas na sua superfície conhecidas como “listas de tigre”, que geralmente vazam água. Essa água líquida pode ter existido em Encélado por bilhões de anos, e está concentrada no hemisfério sul da lua. A camada líquida debaixo da crosta de gelo tem cerca de 8-10 km de profundidade e contém quase tanta água quanto o Lago Superior, o maior dos Grandes Lagos nos EUA. A órbita altamente elíptica de Encélado em torno de Saturno e as forças de maré resultantes mantêm seu núcleo rochoso aquecido. O núcleo quente e altamente poroso de Encélado é feito de silicatos, que conduzem a reações químicas complexas, do tipo que pode sustentar a vida. Na verdade, já foram detectadas moléculas orgânicas nesta lua fascinante, o que a torna um alvo de futuras pesquisas para evidências de vida microbiana. Ilustração da composição da lua Encélado, de Saturno. Crédito NASA JPL-Caltech Planeta anão Ceres Os planetas anões, localizados no cinturão de asteroides, raramente são associados à água líquida, mas Ceres é uma exceção. Recentemente, descobriu-se que Ceres é um mundo aquático. No entanto, diferentemente das luas geladas ao redor de Júpiter e Saturno, Ceres não tem um gigante gasoso para mantê-la aquecida. Acredita-se que sua superfície oceânica se formou há cerca de 20 milhões de anos, quando um asteroide colidiu com ela, criando a cratera Occator, que apresenta vários pontos brilhantes proeminentes. Embora o calor gerado pelo impacto tenha desaparecido, a água em Ceres permaneceu em um estado lamacento devido ao seu alto teor de sal. Ocasionalmente, essa água é forçada para a superfície, deixando depósitos altamente refletivos para trás. O reservatório de água de Ceres fica a cerca de 40 km abaixo da superfície e mede centenas de quilômetros de largura – um tamanho considerável, considerando que Ceres tem apenas 950 km de largura. Planeta anão Ceres mostrado em cor falsa e sua cratera Occator brilhante. Crédito NASA JPL-CalTech UCLA MPS DLR IDA Marte Marte já foi o lar de vastos oceanos e rios caudalosos, mas a maior parte dessa água se foi. Hoje em dia, ainda há água em Marte, mas quase tudo é gelo. No entanto, uma pesquisa de 2018 mostrou que alguma água líquida estável pode existir perto da calota polar sul do Planeta Vermelho. Um instrumento a bordo da espaçonave Mars Express ricocheteou na superfície marciana, revelando uma estranha estrutura subterrânea com 20 km de diâmetro. Suas propriedades físicas levaram cientistas italianos a supor que essa estrutura pode ser água líquida, provavelmente na forma de uma piscina de salmoura ou lama com solo. Isso é uma boa notícia para os futuros exploradores do Planeta Vermelho, já que a água líquida deve ser um recurso escasso em Marte. Imagem em mosaico mostra a localização de um suposto reservatório subterrâneo, em que a cor azul representa a água líquida. Crédito USGS Astrogeology Science Center, Arizona State University, INAF Plutão Um oceano subterrâneo pode estar escondido em Plutão, de acordo com uma pesquisa publicada este ano. Dados transmitidos de volta pela espaçonave New Horizon, da NASA, mostram uma superfície excepcionalmente dinâmica, que os cientistas têm estudado desde o histórico sobrevoo da sonda em 2015. Plutão parece ter tido um início quente quando se formou, o que permitiu que sustentasse um oceano subterrâneo inicial. Com o tempo, conforme esse líquido lentamente congelou e se expandiu, a crosta de Plutão começou a inchar e rachar. Ainda é possível que um pouco de água líquida exista sob a superfície congelada de Plutão, em um processo semelhante ao observado em Ceres. Plutão. Crédito NASA JHUAPL SwRI Os “gigantes de gelo” Urano e Netuno Pode parecer difícil de acreditar, mas é possível que existam oceanos líquidos até mesmo nas atmosferas dos nossos dois gigantes de gelo, Netuno e Urano. Isso ainda

Rolar para cima