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Foto Real de Exoplaneta sem estrela a 80 anos-luz da Terra

Foto Real de Exoplaneta sem estrela a 80 anos-luz da Terra Localizado a cerca de 80 anos-luz de distância, na constelação de Capricórnio, o PSO J318.5-22 possui uma massa apenas seis vezes maior que a de Júpiter. Ele faz parte do grupo móvel Beta Pictoris, uma coleção de estrelas jovens que se formou há aproximadamente 12 milhões de anos. O grupo leva o nome de sua estrela principal, Beta Pictoris, que abriga um jovem planeta gigante gasoso em sua órbita. No entanto, PSO J318.5-22 tem uma massa ainda menor que a do planeta Beta Pictoris e provavelmente se formou de uma maneira diferente. Esse exoplaneta é um dos objetos flutuantes de menor massa conhecidos, talvez o mais leve. O que o torna único é que sua massa, cor e emissão de energia são semelhantes às dos planetas fotografados diretamente. PSO J318.5-22 é extremamente frio e fraco, sendo cerca de 100 bilhões de vezes mais fraco em luz óptica do que Vênus. A maior parte de sua energia é emitida em comprimentos de onda infravermelhos. “Os planetas descobertos por imagens diretas são incrivelmente difíceis de estudar, pois estão muito próximos de suas estrelas hospedeiras, que são muito mais brilhantes. Como o PSO J318.5-22 não está orbitando uma estrela, será muito mais fácil estudá-lo. Isso nos proporcionará uma visão fascinante do funcionamento interno de planetas gigantes gasosos como Júpiter logo após seu nascimento”, afirmou o Dr. Niall Deacon, do Instituto Max Planck de Astronomia na Alemanha, coautor do artigo aceito para publicação na revista Astrophysical Journal Letters (arXiv.org). PSO J318.5-22 foi descoberto durante uma busca por estrelas fracassadas conhecidas como anãs marrons. Devido às suas temperaturas relativamente baixas, as anãs marrons são muito fracas e apresentam cores extremamente vermelhas. Para superar essas dificuldades, os astrônomos utilizaram dados do telescópio Pan-STARRS 1 (PS1), que examina o céu todas as noites com uma câmera sensível o suficiente para detectar as fracas assinaturas de calor das anãs marrons. PSO J318.5-22 se destacou como um objeto excêntrico, ainda mais vermelho do que as anãs marrons mais vermelhas conhecidas. “Muitas vezes, descrevemos a busca por objetos celestes raros como procurar uma agulha no palheiro. Por isso, decidimos pesquisar no maior palheiro da astronomia: o conjunto de dados do PS1”, disse o coautor Dr. Eugene Magnier, do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí em Manoa. Os cientistas seguiram a descoberta do PS1 com observações de vários telescópios no cume do Mauna Kea, na ilha do Havaí. Os espectros infravermelhos obtidos com o Infrared Telescope Facility da NASA e o Gemini North Telescope revelaram que o PSO J318.5-22 não era uma anã marrom, com base em assinaturas em sua luz infravermelha que são mais bem explicadas por sua juventude e baixa massa. “Nunca vimos antes um objeto flutuando livremente no espaço com essas características. Ele possui todas as propriedades de planetas jovens encontrados ao redor de outras estrelas, mas está à deriva sozinho. Muitas vezes me perguntei se tais objetos solitários existiam, e agora sabemos que existem”, disse o autor principal, Dr. Michael Liu, também do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí em Manoa. Fonte: Michael C. Liu et al. 2013. The Extremely Red, Young L Dwarf PSO J318-22: A Free-Floating Planetary-Mass Analog to Directly Imaged Young Gas-Giant Planets. ApJ Letters, accepted for publication; arXiv: 1310.0457

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Identificada molécula de água em asteroide

Identificada molécula de água em asteroide Com base nos dados obtidos do SOFIA (Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy) — um projeto colaborativo entre a NASA e o Centro Aeroespacial Alemão (DLR) —, cientistas do Southwest Research Institute (SwRI) descobriram pela primeira vez moléculas de água na superfície de um asteroide. Os pesquisadores analisaram quatro asteroides ricos em silicatos utilizando o instrumento FORCAST, que permitiu identificar assinaturas espectrais no infravermelho médio indicativas de água molecular em dois desses asteroides. Os asteroides são remanescentes do processo de formação planetária, com composições que variam conforme o local onde se formaram na nebulosa solar. A distribuição de água nos asteroides é de particular interesse, pois pode ajudar a entender como a água chegou à Terra. Asteroides anidros de silicatos se formam perto do Sol, enquanto materiais gelados se aglomeram mais longe. Compreender a localização e a composição dos asteroides ajuda a revelar como os materiais na nebulosa solar foram distribuídos e evoluíram desde a sua formação. A distribuição de água no Sistema Solar também pode fornecer insights sobre a presença de água em outros sistemas solares e, considerando que a água é essencial para a vida, orientar a busca por vida potencial tanto em nosso Sistema Solar quanto além dele. O SOFIA detectou anteriormente moléculas de água em uma das maiores crateras do hemisfério sul da Lua, e agora também nos asteroides Iris e Massalia. Observações anteriores, tanto da Lua quanto de asteroides, detectaram algum tipo de hidrogênio, mas não conseguiram diferenciar entre água e hidroxila, um composto químico semelhante. Os cientistas detectaram a quantidade de água equivalente a 35 cl (centilitros) presa em um metro cúbico de solo espalhado pela superfície lunar, quimicamente ligada a minerais. Com base na intensidade das características espectrais, a abundância de água nos asteroides é consistente com a encontrada na Lua iluminada pelo Sol. Da mesma forma, nos asteroides, a água também pode estar ligada a minerais, adsorvida em silicatos, ou presa e dissolvida em vidro de impacto de silicatos. Os dados de outros dois asteroides, Partenope e Melpômene, eram muito ruidosos para permitir uma conclusão definitiva. Aparentemente, o instrumento FORCAST não é sensível o suficiente para detectar as características espectrais da água, caso ela esteja presente. No entanto, com essas descobertas, a equipe está se voltando para o Telescópio Espacial James Webb da NASA, o principal telescópio infravermelho espacial, para usar sua ótica precisa e superior relação sinal-ruído para investigar outros alvos. Fonte: Southwest Research Institute

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Webb registra quasar na forma de um anel adornado com joias

Webb registra quasar na forma de um anel adornado com joias Esta nova imagem capturada pelo Telescópio Espacial James Webb revela as lentes gravitacionais do quasar RX J1131-1231, situado a cerca de seis bilhões de anos-luz da Terra, na constelação da Taça (Crater). RX J1131-1231 é considerado um dos melhores exemplos de quasares com lentes gravitacionais já descobertos, pois a galáxia em primeiro plano distorce a imagem do quasar de fundo, formando um arco luminoso e gerando quatro imagens distintas do objeto. As lentes gravitacionais, previstas por Albert Einstein, oferecem uma rara oportunidade para estudar regiões próximas a buracos negros em quasares distantes, funcionando como telescópios naturais que ampliam a luz dessas fontes. Toda a matéria no Universo distorce o espaço ao seu redor, e quanto maior a massa, mais forte é o efeito. Em torno de objetos extremamente massivos, como galáxias, a luz que passa nas proximidades segue esse espaço distorcido, desviando-se visivelmente de seu caminho original. Uma das consequências das lentes gravitacionais é a ampliação de objetos astronômicos distantes, permitindo o estudo de corpos celestes que seriam fracos demais para serem observados de outra forma. As medições de raios X emitidos por quasares podem indicar a velocidade de rotação do buraco negro central, fornecendo pistas importantes sobre o crescimento dos buracos negros ao longo do tempo. Por exemplo, se um buraco negro cresce principalmente por colisões e fusões de galáxias, ele acumula material em um disco estável, levando a uma rotação rápida. Em contraste, se o crescimento se dá por muitos pequenos episódios de acreção, o material seria acumulado em direções aleatórias. As observações revelaram que o buraco negro neste quasar em particular gira a mais de metade da velocidade da luz, sugerindo que ele cresceu através de fusões, em vez de atrair material de diferentes direções. Esta imagem foi obtida com o instrumento MIRI (Mid-Infrared Instrument) do James Webb, como parte de um programa de observação destinado a estudar a matéria escura. A matéria escura, uma forma invisível de matéria que constitui a maior parte da massa do Universo, está sendo explorada em detalhes sem precedentes através das observações de quasares feitas pelo Webb. Fonte: ESA

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Imagens mostram nuvem de poluição sobre a Terra

Imagens da Nasa mostra nuvem de poluição se movendo sobre a Terra Um mapa dinâmico foi criado pelo estúdio de visualização científica da NASA, utilizando um modelo meteorológico de alta resolução baseado em dados de satélites. Imagens divulgadas pela NASA no dia 23 de julho mostram uma densa nuvem de dióxido de carbono se deslocando pela atmosfera da Terra. Conforme a agência, as principais fontes desse gás poluente, visíveis nas imagens, são usinas elétricas, incêndios e áreas urbanas. O mapa dinâmico foi desenvolvido pelo Scientific Visualization Studio da NASA e utiliza um modelo meteorológico de alta resolução com base em dados de satélite. As informações para a produção das imagens foram coletadas entre janeiro e março de 2020. “Como formuladores de políticas públicas e cientistas, estamos tentando entender de onde vem o carbono e como isso impacta o planeta”, explica Lesley Ott, cientista climática do Goddard Space Flight Center, da NASA. “Nas imagens, é possível observar como tudo está interconectado por meio desses diferentes padrões climáticos”, acrescenta. De acordo com a cientista, nas regiões da China, Estados Unidos e Sul da Ásia, as emissões de dióxido de carbono são provenientes principalmente de usinas de energia, indústria e veículos. Na África e América do Sul, as principais fontes são incêndios relacionados ao manejo do solo, queimadas controladas na agricultura, desmatamento e queima de combustíveis fósseis. “Não queríamos dar a impressão de que não havia dióxido de carbono nas regiões menos densamente povoadas”, explica AJ Christensen, designer de visualização de dados sênior no Goddard Space Flight Center. “Mas queríamos destacar as áreas densamente poluídas, pois essa é uma característica importante dos dados. Estávamos tentando mostrar que há uma grande concentração sobre Nova York e Pequim”, conclui. http://astronuum.com/wp-content/uploads/2024/08/Model-Behavior_-Visualizing-Global-Carbon-Dioxide.mp4 O que é o dióxido de carbono? O dióxido de carbono é, segundo cientistas, o principal responsável pelo aumento das temperaturas na Terra. Embora esteja naturalmente presente na atmosfera, ele é também produzido pela queima de combustíveis fósseis e biomassa. Quando se acumula rapidamente e em grandes quantidades, ele contribui para o aquecimento global. Pesquisadores do Goddard Institute for Space Studies (GISS) da NASA confirmam que 2023 foi o ano mais quente já registrado.

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A explosão de raios gama mais brilhante já vista

A explosão de raios gama mais brilhante já vista Em outubro de 2022, astrônomos ficaram surpresos ao testemunhar a mais brilhante explosão de raios gama já registrada, rapidamente apelidada de BOAT, que significa “a mais brilhante de todos os tempos” (“brightest of all time”, em inglês). Recentemente, cientistas descobriram que dados do telescópio espacial de raios gama Fermi, da NASA, revelaram uma característica nunca antes vista. Poucos minutos após a erupção da BOAT, o Gamma-ray Burst Monitor (GBM) do Fermi detectou um pico de energia incomum. Quando a matéria interage com a luz, essa energia pode ser absorvida e reemitida de maneiras específicas, o que pode alterar o brilho de determinadas cores (ou energias). Essas interações podem criar características visíveis no espectro de luz, como um arco-íris, e revelar informações valiosas, como os elementos químicos envolvidos. Em energias mais elevadas, essas características espectrais podem indicar processos específicos de partículas, como a aniquilação de matéria e antimatéria, que produz raios gama. Embora estudos anteriores tenham sugerido possíveis evidências dessas características em outras GRBs, análises subsequentes indicaram que poderiam ser apenas flutuações estatísticas. As GRBs são as explosões mais poderosas do universo, emitindo grandes quantidades de raios gama, a forma mais energética de luz. O tipo mais comum de GRB ocorre quando o núcleo de uma estrela massiva esgota seu combustível, colapsa e forma um buraco negro em rápida rotação. A matéria que cai no buraco negro gera jatos de partículas que atravessam as camadas externas da estrela quase à velocidade da luz. Essas explosões são detectadas quando um desses jatos aponta diretamente para a Terra. A BOAT, oficialmente conhecida como GRB 221009A, entrou em erupção em 9 de outubro de 2022, saturando imediatamente a maioria dos detectores de raios gama em órbita, incluindo os do Fermi. Isso impediu os cientistas de medir a parte mais intensa da explosão. No entanto, observações reconstruídas e argumentos estatísticos sugerem que a BOAT foi provavelmente a explosão mais brilhante que apareceu nos céus da Terra em 10.000 anos. Uma suposta linha de emissão foi observada quase cinco minutos após a explosão, quando a saturação no Fermi já havia diminuído. Essa linha persistiu por pelo menos 40 segundos, atingindo um pico de energia de cerca de 12 MeV (milhões de elétrons-volt), muito acima da energia da luz visível, que varia entre 2 e 3 elétrons-volt. Mas o que gerou essa característica espectral? A equipe acredita que a explicação mais provável seja a aniquilação de elétrons com seus equivalentes de antimatéria, os pósitrons. Quando um elétron e um pósitron colidem, eles se aniquilam, gerando um par de raios gama com uma energia de 0,511 MeV. Como a matéria no jato se move quase à velocidade da luz, essa emissão é fortemente deslocada para o azul e impulsionada para energias muito mais altas. Se essa interpretação estiver correta, para produzir uma linha de emissão com um pico de 12 MeV, as partículas aniquiladoras precisariam estar se movendo em nossa direção a aproximadamente 99,9% da velocidade da luz. Fonte: Artigo foi publicado na revista Science e NASA

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De onde a Terra obtém a Energia para Girar?

De onde a Terra obtém a Energia para Girar? Já parou para pensar de onde vem a energia que mantém a Terra girando e orbitando ao redor do Sol? Essas perguntas despertam a curiosidade de muitos, e a resposta é mais fascinante do que parece! Abaixo, exploramos a origem da energia responsável pelos movimentos de rotação e translação da Terra. A Formação e o Movimento Inicial da Terra Os movimentos de rotação e translação da Terra têm suas raízes na formação do sistema solar. Há bilhões de anos, um imenso disco de gás e poeira girava lentamente no espaço. Esse disco colapsou, formando o Sol e os planetas ao seu redor, incluindo a Terra. Esse movimento inicial é a origem do giro que a Terra ainda mantém. No espaço, quando um objeto começa a girar, ele tende a continuar nesse movimento por causa da ausência de atrito. Assim como um patinador acelera ao juntar os braços, a Terra também aumentou sua rotação durante sua formação, à medida que as nuvens de poeira e gás se aglomeravam para formar os planetas. A Energia e o Movimento da Terra Embora o movimento da Terra pareça contínuo, o conceito de “energia infinita” não se aplica. A Terra não gera energia infinita; na verdade, sua rotação está gradualmente desacelerando. Isso ocorre devido a fatores como a interação gravitacional com a Lua, que provoca o “atrito de maré”, desacelerando a rotação do planeta. Se fosse possível conectar um gerador à Terra para aproveitar sua rotação, o movimento da Terra começaria a desacelerar. A geração de energia por meio de um gerador implica na conversão de energia, o que acabaria por frear a rotação do planeta. Portanto, não é viável aproveitar a rotação da Terra para gerar energia sem afetar sua velocidade de giro. O Movimento da Terra ao Longo do Tempo Embora a ideia de “energia infinita” não se aplique, o movimento da Terra continua por períodos de tempo imensuráveis na escala humana. A rotação e a translação são fenômenos que, apesar de estarem diminuindo lentamente, ocorrem em uma escala de tempo tão longa que permanecem praticamente constantes para nós. Em suma, a energia que mantém a Terra em movimento vem do impulso inicial e das interações gravitacionais que moldaram nosso sistema solar. Embora o conceito de energia infinita não se aplique à Terra, o fato de seu movimento continuar quase inalterado é uma prova da complexidade e da beleza do cosmos.

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Por que o espaço é escuro ?

Por que o espaço é escuro ? Quando vemos fotos e vídeos da superfície da Lua, parece que nosso satélite natural está “mergulhado” em uma noite eterna. Mesmo que o Sol ilumine a região onde as naves da era Apollo pousaram, não vemos um céu claro como o da Terra durante o dia. É como se os raios solares fossem insuficientes para que a Lua tivesse uma tarde ensolarada como a nossa. Mas por que o espaço parece sempre escuro, se o Sol brilha o tempo todo? Esse fenômeno não é exclusivo da Lua. Em outras missões espaciais, como as caminhadas dos astronautas na Estação Espacial Internacional, o “céu” também é sempre escuro, como a noite terrestre. Na verdade, todo o universo é escuro, exceto em planetas como a Terra ou Marte, onde o céu tem uma coloração específica. Embora pareça uma questão simples, essa é uma problemática complexa até mesmo para os cientistas. Um fator crucial que permite apreciarmos um céu claro na Terra é a atmosfera. Ela faz com que a luz solar interaja com partículas, dispersando-se e produzindo cores. O resultado é um céu azul durante o dia, em vez de branco. Nossa atmosfera realiza muitas funções incríveis, como absorver faixas de comprimento de onda da luz solar, como a faixa ultravioleta, e refletir ondas de rádio até 30 MHz. A luz azul do Sol tem o comprimento de onda exato para ser dispersa em todas as direções pelas moléculas da atmosfera, resultando no céu azul. Em Marte, o céu diurno é de um tom amarelo-marrom, com o azul aparecendo apenas durante o pôr do sol, o oposto da Terra, onde o céu é azul durante o dia e alaranjado ao anoitecer. Portanto, parece lógico concluir que a Lua não tem um céu claro por falta de uma atmosfera. Essa afirmação está correta, mas não completa. Na astrofísica, essa questão é conhecida como Paradoxo de Olbers. Cientistas e astrônomos famosos, como Johannes Kepler e Edmond Halley, tentaram resolvê-lo. Para entender o problema, é preciso considerar o contexto da época em que foi proposto, em 1826, quando os cientistas ainda defendiam a tese do universo eterno. O universo eterno significa que não houve um Big Bang, e sim um espaço e tempo infinitos para trás e para frente. Ou seja, o universo sempre existiu e sempre existirá. Mas se o universo é infinito e repleto de estrelas, por que ainda vemos espaços escuros entre elas? Deveríamos ver tantas estrelas à noite que o céu teria uma distribuição homogênea de luz, mas isso não ocorre. Muitas explicações foram propostas para resolver o paradoxo. Em 1901, o físico Lord Kelvin sugeriu que a vida das estrelas é curta demais para o céu parecer brilhante. Embora isso seja verdade, não resolve completamente o problema. A melhor solução atual é que o universo não é infinitamente antigo, mas tem cerca de 13,8 bilhões de anos. Isso significa que só podemos ver objetos tão distantes quanto a luz pode percorrer em 13,8 bilhões de anos. Se houver estrelas mais distantes, a luz delas ainda não teve tempo de nos alcançar. Essa explicação ignora a expansão do universo, que afasta os objetos de nós, mas ainda assim permite ver suas luzes devido ao redshift. A expansão do universo não contradiz essa solução, mas a complementa. A expansão faz com que a luz das estrelas fique mais fraca, pois, quando uma fonte de luz se afasta de nós, o comprimento de onda dessa luz aumenta, ficando mais vermelho. Se a fonte de luz se afastar demais, o comprimento de onda pode mudar tanto que não será mais visível. Em outras palavras, a luz de fontes que estão se afastando, como galáxias distantes, se torna infravermelha, micro-ondas e ondas de rádio, que não são visíveis aos olhos humanos, resultando na escuridão. Há também outros fatores, como as nuvens de poeira cósmica, que bloqueiam parte da luminosidade de muitas estrelas de nossa galáxia, impedindo que o céu noturno seja um clarão cósmico. Isso não significa que não existe luz no universo. Na verdade, se pudéssemos ver a luz na faixa das micro-ondas, veríamos um universo muito iluminado devido à radiação cósmica de fundo, vestígio do Big Bang. Portanto, o universo tem seu brilho próprio; nós é que somos incapazes de enxergá-lo sem equipamentos específicos para “traduzir” o que é “visto” em outros comprimentos de onda. Fonte: Live Science, NASA

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Exoplaneta raro com uma órbita extremamente estranha

Exoplaneta raro com uma órbita extremamente estranha Astrônomos usando o telescópio WIYN de 3,5 metros do Observatório Nacional de Kitt Peak descobriram a órbita extrema de um exoplaneta que está prestes a se tornar um Júpiter quente. Este exoplaneta possui uma das órbitas mais drasticamente alongadas entre todos os exoplanetas em trânsito conhecidos e orbita sua estrela ao contrário, ajudando a entender a evolução dos Júpiteres quentes. Atualmente, existem mais de 7.000 exoplanetas confirmados em quase 5.000 sistemas estelares. Entre eles, algumas centenas são Júpiteres quentes, exoplanetas grandes, semelhantes a Júpiter, que orbitam muito perto de suas estrelas, às vezes tão perto quanto Mercúrio está do Sol. O mistério de como os Júpiteres quentes acabam em órbitas tão próximas persiste, mas os astrônomos acreditam que eles começam em órbitas distantes e migram para mais perto ao longo do tempo. As fases iniciais desse processo raramente foram observadas, mas a análise deste exoplaneta com uma órbita incomum aproxima os cientistas da resolução desse mistério. A descoberta deste exoplaneta, chamado TIC 241249530 b, começou com a detecção pelo TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite) da NASA, em janeiro de 2020, de uma queda no brilho de uma estrela, consistente com a passagem de um único planeta do tamanho de Júpiter à sua frente. Para confirmar a natureza dessas flutuações, uma equipe de astrônomos utilizou dois instrumentos no telescópio WIYN de 3,5 metros do Observatório Nacional de Kitt Peak, um programa do NOIRLab (National Optical-Infrared Astronomy Research Laboratory). Primeiro, eles usaram o NESSI (NN-EXPLORE Exoplanet and Stellar Speckle Imager) para eliminar fontes estranhas que poderiam confundir a origem do sinal. Depois, com o espectrógrafo NEID (NN-EXPLORE Exoplanet Investigations with Doppler Spectroscopy), mediram a velocidade radial de TIC 241249530 b observando como o espectro da sua estrela hospedeira mudava devido à presença do exoplaneta. A análise do espectro confirmou que o exoplaneta é aproximadamente cinco vezes mais massivo que Júpiter e revelou que ele segue uma trajetória extremamente excêntrica. A excentricidade da órbita de um planeta é medida numa escala de 0 a 1, sendo 0 uma órbita perfeitamente circular e 1 uma órbita altamente elíptica. Este exoplaneta tem uma excentricidade orbital de 0,94, a mais alta entre os exoplanetas conhecidos em trânsito. Para comparação, a órbita altamente elíptica de Plutão em torno do Sol tem uma excentricidade de 0,25, e a da Terra é de 0,02. Se este planeta estivesse no nosso Sistema Solar, sua órbita se estenderia desde uma posição dez vezes mais perto do Sol que Mercúrio até uma posição na distância da Terra. Esta órbita extrema faria com que as temperaturas no planeta variem entre as de um dia de verão e temperaturas suficientemente altas para derreter titânio. Além disso, foi descoberto que o exoplaneta orbita na direção oposta à rotação de sua estrela hospedeira, um fenômeno raro tanto entre exoplanetas quanto no nosso Sistema Solar. As características únicas da órbita do exoplaneta também sugerem sua trajetória futura. Espera-se que a órbita inicial altamente excêntrica e a proximidade extrema à estrela hospedeira “circularizem” a órbita do planeta, à medida que as forças de maré removem energia da órbita, tornando-a mais circular com o tempo. A descoberta deste exoplaneta antes dessa migração oferece uma visão crucial sobre como os Júpiteres quentes se formam, estabilizam e evoluem. O telescópio espacial James Webb possui a sensibilidade necessária para estudar as alterações na atmosfera do exoplaneta recém-descoberto à medida que ele sofre um rápido aquecimento. TIC 241249530 b é apenas o segundo exoplaneta já descoberto demonstrando a fase de pré-migração de um Júpiter quente, confirmando a teoria de que os gigantes gasosos de maior massa evoluem para se tornarem Júpiteres quentes ao migrarem de órbitas altamente excêntricas para órbitas mais estreitas e circulares. Fonte: Artigo  publicado na revista Nature e Massachusetts Institute of Technology

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Explosão hidrotermal em Yellowstone coloca visitantes em risco

Explosão hidrotermal em Yellowstone coloca visitantes em risco Uma explosão hidrotermal no Parque Nacional de Yellowstone, nos EUA, lançou jatos de água quente, pedras e outros detritos no ar, colocando em risco os visitantes. O evento ocorreu na manhã de terça-feira (23) na região de Biscuit Basin. Vídeos nas redes sociais mostram pessoas fugindo do local próximo a uma passarela enquanto uma enorme coluna de lama acinzentada estava em erupção. De acordo com porta-vozes de Yellowstone, não houve registro de visitantes feridos pela explosão, mas a passarela foi danificada. A área foi interditada, e o Serviço de Estudos Geológicos dos EUA (USGS) vai monitorar as condições de segurança para a reabertura do local. O parque, no entanto, continua funcionando. http://astronuum.com/wp-content/uploads/2024/07/ssstwitter.com_1721767032921.mp4 Segundo o USGS, a explosão hidrotermal em Yellowstone foi causada pela água se transformando em vapor em um sistema hidrotermal raso. O órgão afirma que as explosões hidrotermais são “eventos violentos e dramáticos que resultam em uma rápida expulsão de água fervente, vapor, lama e fragmentos de rocha”. Essas explosões podem alcançar até dois quilômetros de altura e deixar crateras com mais de dois quilômetros de diâmetro. Apesar do tamanho da coluna de lama que aparece nos vídeos, tanto Yellowstone quanto o USGS afirmaram que essa explosão hidrotermal foi pequena. Explosões hidrotermais maiores ocorrem, em média, a cada 700 anos, de acordo com o USGS. No entanto, apesar da raridade de uma grande explosão hidrotermal, o USGS afirma que é possível haver explosões hidrotermais maiores no Parque Nacional de Yellowstone nos próximos cem anos. Recentemente, houve explosões similares na região do gêiser Old Faithful, também em Yellowstone, em 2009, 1991 e 1959.

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Qual é o maior planeta do Universo?

Qual é o maior planeta do Universo? No vasto cenário cósmico, a busca por exoplanetas tem sido crucial para expandir nosso entendimento sobre os limites do universo. Entre as descobertas mais notáveis está o HD 100546 b, um gigante celestial que se destaca por sua imponente magnitude. Este exoplaneta, orbitando a estrela HD 100546, é um dos maiores já encontrados fora do nosso sistema solar, despertando uma renovada admiração pelos mistérios do cosmos além de nossa esfera celeste. O HD 100546 b, com sua presença majestosa e intrigante órbita, exemplifica o potencial fascinante da exploração exoplanetária para expandir nossos horizontes científicos e contemplativos. A jornada para identificar e compreender o HD 100546 b é um testemunho da dedicação incansável dos astrônomos em desvendar os segredos do espaço sideral. Por meio de técnicas avançadas de observação e análise, os cientistas conseguiram vislumbrar esse distante gigante gasoso, estabelecendo sua posição como um dos protagonistas na constelação de exoplanetas conhecidos. O HD 100546 b se destaca não apenas por suas dimensões monumentais, mas também por sua capacidade de despertar nossa imaginação e instigar novas questões sobre a diversidade e complexidade do universo além de nossas fronteiras celestes. Como descobriram o planeta HD 100546 b? A descoberta do HD 100546 b foi resultado de um esforço meticuloso e técnico por parte dos astrônomos. Utilizando uma técnica conhecida como método de velocidade radial, os cientistas observaram a estrela HD 100546 em busca de pequenas variações em seu movimento, indicativas da influência gravitacional de um possível planeta em órbita. Essa abordagem sofisticada permitiu aos pesquisadores inferir a presença do HD 100546 b e estimar sua massa, revelando sua impressionante magnitude em comparação com outros exoplanetas conhecidos. Este método, baseado na análise cuidadosa dos dados observacionais, é uma ferramenta fundamental na busca e caracterização de exoplanetas, oferecendo insights valiosos sobre a diversidade planetária que extrapolam os limites do sistema solar. Além da detecção por velocidade radial, os cientistas também empregaram outras técnicas complementares, como a observação direta por meio de telescópios terrestres e espaciais. O nome HD 100546 b segue uma convenção comum na astronomia para nomear exoplanetas: “HD”: É um acrônimo para “Henry Draper Catalogue”. O Catálogo Henry Draper é uma lista de estrelas compilada pela primeira vez no final do século XIX e início do século XX. Cada estrela no catálogo é identificada por um número HD. O HD 100546 refere-se à estrela em torno da qual o exoplaneta orbita.“100546”: Este é o número de identificação da estrela HD no Catálogo Henry Draper.“b”: O sufixo “b” é usado para designar o primeiro exoplaneta descoberto orbitando uma estrela específica. Se houver mais de um exoplaneta descoberto em torno da mesma estrela, eles seriam designados como “c”, “d”, “e”, e assim por diante, em ordem de descoberta. Portanto, HD 100546 b é o primeiro exoplaneta descoberto orbitando a estrela HD 100546. O que se sabe sobre o planeta HD 100546 b? Apesar da distância desafiadora e da complexidade envolvida na observação direta deste exoplaneta, os astrônomos conseguiram deduzir várias características cruciais do gigante gasoso. Com uma massa estimada em cerca de 20 vezes a massa de Júpiter, o HD 100546 b se destaca como um dos maiores planetas já descobertos. Classificado como um “Júpiter quente”, este exoplaneta sugere a presença de uma atmosfera densa e temperaturas extremamente elevadas em sua superfície, proporcionando um vislumbre intrigante das condições em mundos distantes. Além disso, estudos indicam que o HD 100546 b orbita a uma distância considerável de sua estrela-mãe, em uma órbita elíptica que pode estar sujeita a influências gravitacionais adicionais de um disco protoplanetário circundante. A compreensão do HD 100546 b vai além de sua massa e órbita, oferecendo insights importantes sobre a diversidade e evolução dos sistemas planetários. Sua considerável distância da estrela HD 100546 desafia conceitos convencionais sobre a formação e dinâmica orbital de exoplanetas, levantando questões fascinantes sobre os processos de formação planetária em ambientes estelares complexos. Além disso, o estudo detalhado do HD 100546 b pode fornecer pistas valiosas sobre as condições atmosféricas e ambientais em mundos distantes, alimentando a busca contínua por vida e habitabilidade além do nosso sistema solar. Em suma, o HD 100546 b representa um alvo cativante para investigações futuras, prometendo expandir ainda mais nosso conhecimento sobre a vasta diversidade de planetas fora da nossa esfera celeste. O maior planeta pode ser ‘apenas’ uma anã marrom À medida que a tecnologia astronômica continua a avançar, os cientistas aguardam com expectativa futuras investigações sobre o HD 100546 b e outros exoplanetas semelhantes. Novas observações e análises mais detalhadas poderão contribuir para pesquisas sobre a composição atmosférica, a dinâmica orbital e até mesmo a possibilidade de vida em mundos distantes. Tecnologias emergentes, como telescópios espaciais de próxima geração e instrumentos de detecção mais sensíveis, estão sendo desenvolvidas para expandir a capacidade de observação e análise, permitindo investigações mais profundas e abrangentes do HD 100546 b e sua vizinhança estelar. Estudos sugerem que HD 100546 b pode ser um planeta gigante gasoso fora do sistema solar, enquanto outros apontam para a possibilidade de ser um objeto subestelar, como uma anã marrom. A atmosfera do planeta ainda não foi diretamente observada, mas estudos espectroscópicos indicam a presença de gás hidrogênio e poeira em sua órbita. Devido à sua proximidade com uma estrela jovem e à incerteza sobre sua composição e natureza, HD 100546 b é considerado um objeto de grande interesse para entender a formação e evolução de sistemas planetários. Uma anã marrom é um tipo de objeto subestelar que se encontra entre uma estrela e um planeta em termos de massa e propriedades físicas. Elas são frequentemente chamadas de “estrelas fracassadas” porque não têm massa suficiente para sustentar a fusão nuclear de hidrogênio em seus núcleos, processo que alimenta a luz e o calor das estrelas. Podem ser detectadas por meio de observações astronômicas, geralmente usando técnicas como espectroscopia para analisar a luz que emitem ou refletem. Elas são importantes para a compreensão da formação e evolução estelar, bem como para o

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