Identificada molécula de água em asteroide

Com base nos dados obtidos do SOFIA (Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy) — um projeto colaborativo entre a NASA e o Centro Aeroespacial Alemão (DLR) —, cientistas do Southwest Research Institute (SwRI) descobriram pela primeira vez moléculas de água na superfície de um asteroide.

Os pesquisadores analisaram quatro asteroides ricos em silicatos utilizando o instrumento FORCAST, que permitiu identificar assinaturas espectrais no infravermelho médio indicativas de água molecular em dois desses asteroides.

Os asteroides são remanescentes do processo de formação planetária, com composições que variam conforme o local onde se formaram na nebulosa solar. A distribuição de água nos asteroides é de particular interesse, pois pode ajudar a entender como a água chegou à Terra.

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Asteroides anidros de silicatos se formam perto do Sol, enquanto materiais gelados se aglomeram mais longe. Compreender a localização e a composição dos asteroides ajuda a revelar como os materiais na nebulosa solar foram distribuídos e evoluíram desde a sua formação. A distribuição de água no Sistema Solar também pode fornecer insights sobre a presença de água em outros sistemas solares e, considerando que a água é essencial para a vida, orientar a busca por vida potencial tanto em nosso Sistema Solar quanto além dele.

O SOFIA detectou anteriormente moléculas de água em uma das maiores crateras do hemisfério sul da Lua, e agora também nos asteroides Iris e Massalia. Observações anteriores, tanto da Lua quanto de asteroides, detectaram algum tipo de hidrogênio, mas não conseguiram diferenciar entre água e hidroxila, um composto químico semelhante. Os cientistas detectaram a quantidade de água equivalente a 35 cl (centilitros) presa em um metro cúbico de solo espalhado pela superfície lunar, quimicamente ligada a minerais.

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Com base na intensidade das características espectrais, a abundância de água nos asteroides é consistente com a encontrada na Lua iluminada pelo Sol. Da mesma forma, nos asteroides, a água também pode estar ligada a minerais, adsorvida em silicatos, ou presa e dissolvida em vidro de impacto de silicatos.

Os dados de outros dois asteroides, Partenope e Melpômene, eram muito ruidosos para permitir uma conclusão definitiva. Aparentemente, o instrumento FORCAST não é sensível o suficiente para detectar as características espectrais da água, caso ela esteja presente. No entanto, com essas descobertas, a equipe está se voltando para o Telescópio Espacial James Webb da NASA, o principal telescópio infravermelho espacial, para usar sua ótica precisa e superior relação sinal-ruído para investigar outros alvos.

Fonte: Southwest Research Institute

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