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Esse asteroide é uma minilua da Terra

Esse asteroide é uma minilua da Terra Os pesquisadores podem ter identificado o ponto de origem de 469219 Kamo’oalewa, um asteroide pequeno que foi apelidado de “minilua” da Terra. Ao examinar a geologia de Kamo’oalewa e simular diferentes cenários de sua formação, eles rastrearam sua origem até uma cratera de impacto específica no lado oposto da Lua. Enquanto a Terra viaja ao redor do Sol, ela não apenas é acompanhada pela Lua, mas também por quase-satélites, objetos que, embora não sejam capturados gravitacionalmente pelo nosso planeta, co-orbitam com o Sol por longos períodos. O mais próximo e estável desses quase-satélites é Kamo’oalewa, que viaja até 100 vezes a distância da Lua e possui uma rotação rápida, completando uma volta a cada 28 minutos. Com um diâmetro entre 36 e 60 metros, ele é um pouco maior do que uma rocha comum. Descoberto em 2016 por astrônomos do Observatório Haleakalā, no Havaí, que lhe deram o nome havaiano, Kamo’oalewa inicialmente gerou especulações de ser um fragmento de lixo espacial de alguma missão desconhecida; no entanto, foi confirmado como um corpo celeste natural. O asteroide Kamoʻoalewa mantém uma órbita em torno do Sol que o mantém como um companheiro constante da Terra. Asteroide como Kamo’oalewa são de grande interesse para geólogos planetários, pois contêm informações valiosas sobre a história do Sistema Solar. Ele é comparável a uma “pedra de Roseta” flutuante: uma placa de rocha cuja análise pode revelar mistérios antigos. Os asteroides de pequeno porte na vizinhança de Kamo’oalewa representam uma parte ainda pouco compreendida da população desses objetos próximos à Terra. Estudar sua formação e evolução fornecerá insights importantes sobre seus equivalentes maiores e mais conhecidos, contribuindo para nossa compreensão geral da formação e evolução dos asteroides. No novo estudo, os astrônomos utilizaram observações de telescópios terrestres para comparar a reflectância da superfície de Kamo’oalewa com a de amostras de solo lunar recolhidas em missões anteriores, bem como com a de outros asteroides próximos da Terra. Os resultados revelaram que Kamo’oalewa tem mais semelhanças com as amostras lunares, uma conclusão que já havia sido sugerida por uma equipe da Universidade do Arizona liderada por Ben Sharkey. Assim como a Lua, o asteroide parece ser composto principalmente de olivina, piroxênio ou uma combinação desses minerais, e exibe sinais de intemperismo espacial. Tudo isso sugere que Kamo’oalewa teve origem na Lua, resultando de um antigo impacto. Milhões de anos atrás, um grande objeto colidiu com a Lua, causando a dispersão de poeira e detritos. Além de formar uma cratera, essa colisão também lançou fragmentos como Kamo’oalewa para o espaço. Dada a abundância de crateras na Lua, a equipe buscou restringir as possibilidades. Realizaram simulações para recriar os eventos de impacto lunar, estimando o tipo de impacto necessário para gerar um asteroide do tamanho e órbita de Kamo’oalewa, assim como o tamanho da cratera resultante. Por meio dessas simulações, identificaram uma única cratera que atenderia aos critérios: a cratera Giordano Bruno, com 22 quilômetros de largura, localizada no lado oposto da Lua. As propriedades minerais observadas coincidem com as do asteroide. O fato de os cientistas terem conseguido obter tantas informações sobre o asteroide apenas por meio de espectroscopia e modelagem avançada demonstra o poder dessas técnicas. Duas missões futuras oferecem oportunidades para um estudo mais detalhado de Kamo’oalewa e para verificar sua origem. Em 2025, a China lançará o Tianwen-2, que acompanhará Kamo’oalewa por alguns meses para realizar medições próximas, antes de enviar uma sonda para coletar amostras e trazê-las de volta à Terra. Além disso, em 2027, a missão NEO Surveyor da NASA será lançada. À medida que avançamos no estudo dos asteroides próximos da Terra, com o objetivo de identificar potenciais riscos, também podemos descobrir mais fragmentos espaciais resultantes do impacto que formou a cratera Giordano Bruno. Fonte: Artigo publicado na revista Nature e no site Sky & Telescope

Curiosidades

Mercúrio é o planeta mais próximo da Terra

Mercúrio é o planeta mais próximo da Terra Já se perguntou qual é o planeta mais próximo da Terra? Se sim, é provável que tenha considerado Marte ou até mesmo Vênus, frequentemente chamado de “irmão” da Terra. No entanto, a resposta não é tão simples. Embora Vênus seja frequentemente mencionado como o planeta mais próximo, alguns especialistas argumentam que Mercúrio merece esse título. É comum associarmos Vênus como nosso “irmão” no Sistema Solar, não apenas em termos de proximidade. Embora seja similar à Terra em tamanho, massa e composição, Vênus é o planeta mais quente da vizinhança, com condições atmosféricas extremas e inóspitas para a vida humana. Embora Vênus tenha uma órbita mais próxima à Terra, Mercúrio é o planeta mais interno do Sistema Solar, orbitando o Sol mais próximo do que qualquer outro planeta vizinho. Surpreendentemente, é possível que Mercúrio passe mais tempo próximo à Terra do que Vênus, apesar de sua órbita mais distante. Mercúrio vs. Vênus Durante sua órbita ao redor do Sol, Vênus mantém uma distância média de cerca de 0,7 unidades astronômicas (cada unidade equivalente à distância Terra-Sol), o que corresponde a aproximadamente 108 milhões de quilômetros. Nas conjunções inferiores, quando Vênus se encontra entre a Terra e o Sol, a distância entre nosso planeta e Vênus é reduzida para aproximadamente 40 milhões de quilômetros. Em contraste, Mercúrio alcança uma distância máxima de 77 milhões de quilômetros da Terra em sua maior aproximação. A princípio, parece óbvio que Vênus é o planeta mais próximo, não é mesmo? No entanto, alguns pesquisadores argumentam que a Terra passa mais tempo em proximidade com Mercúrio do que com Vênus. Essa conclusão é baseada em simulações matemáticas que calculam a proximidade média da Terra em relação aos nossos vizinhos planetários ao longo de 10 mil anos. Essas simulações revelam que, em média, a Terra está mais próxima de Mercúrio do que de Vênus, devido à órbita mais próxima deste último ao Sol. Isso resulta em uma distância média entre Vênus e a Terra de 1,1 unidades astronômicas, enquanto a distância média entre Mercúrio e a Terra é de 1,03 unidades astronômicas. Normalmente, o método convencional para calcular distâncias planetárias envolve subtrair suas distâncias em relação ao Sol, o que fornece as distâncias quando estão mais próximos um do outro. Nessa abordagem, as distâncias médias entre a Terra e Vênus, bem como a Terra e Mercúrio, seriam de 0,28 e 0,61 unidades astronômicas, respectivamente. e Marte ? Além de Vênus e Mercúrio, a Terra também está relativamente próxima de Marte. O Planeta Vermelho orbita o Sol a uma distância média de 227 milhões de quilômetros, o que equivale a 1,52 unidades astronômicas. Para que a menor distância entre Marte e a Terra seja alcançada, ambos os planetas precisam estar do mesmo lado em relação ao Sol. Essa situação ocorre durante a “oposição”, quando a Terra está em seu afélio, o ponto mais distante do Sol em sua órbita elíptica, ao mesmo tempo em que Marte está em seu periélio, mais próximo de nossa estrela. Durante esse período, Marte aparece extraordinariamente brilhante no céu noturno, com um brilho comparável ao de Vênus e até mesmo de Júpiter. Mesmo durante a oposição, a distância entre os dois planetas pode variar. Em 2003, por exemplo, a Terra e Marte estavam separados por apenas 55 milhões de quilômetros. Esse recorde de proximidade só será quebrado novamente em 28 de agosto de 2287. Por outro lado, a distância média para os demais planetas do Sistema Solar aumenta significativamente: Júpiter está a mais de 700 milhões de quilômetros do Sol, Saturno a mais de 880 milhões de quilômetros, Urano a quase 2,9 bilhões de quilômetros e Netuno a impressionantes 4,5 bilhões de quilômetros de nossa estrela.

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Fases da Lua

Fases da Lua A Lua, denominada Luna pelos romanos e Selene pelos gregos na antiguidade, é o único satélite natural da Terra e o astro mais brilhante do céu noturno. A sonda Soviética Luna 2 a visitou pela primeira vez em 1959, sendo o único corpo extraterrestre a ser visitado por humanos. A primeira aterragem ocorreu em 20 de Julho de 1969, com Neil Armstrong tornando-se o primeiro homem a pisar em sua superfície, seguido por Edwin Aldrin, ambos da missão Apollo 11; a última visita foi em Dezembro de 1972. As fases da Lua correspondem aos diferentes aspectos pelos quais ela se apresenta no céu ao longo de um mês, não sendo causadas pela projeção da sombra da Terra sobre a Lua, como alguns podem pensar, mas sim pela visualização enquanto ela orbita ao redor da Terra (posição relativa entre Lua, Terra e Sol). Esse fenômeno é observável simultaneamente em todo o globo terrestre, assim quando é Lua cheia no Brasil, também da mesma maneira é lua cheia em Portugal. Durante o quarto crescente, metade do hemisfério da Lua está iluminada e voltada para a Terra, às vezes assumindo uma forma semelhante a um “C” para o hemisfério sul. Na fase cheia, toda a sua parte iluminada está direcionada para a Terra. No quarto minguante, a outra metade do hemisfério iluminado está voltada para a Terra. Aqui está uma representação das quatro fases principais da Lua. No entanto, as fases da Lua são um processo contínuo na Astronomia. Essas fases são definidas pela fração iluminada do disco lunar voltado para a Terra, que pode ser expressa em percentagem ou de outra forma. Na fase nova, essa fração é nula, 0,5 (ou 50%) no quarto crescente, 1,0 (ou 100%) na fase cheia e novamente 0,5 no quarto minguante. Outro conceito astronômico relevante é o ângulo Sol-Lua-Terra, chamado de ângulo de fase, cujo vértice é a própria Lua. Esse ângulo é próximo de 180° durante a Lua nova, 90° no quarto crescente, próximo de zero na fase cheia e novamente 90° no quarto minguante. Translação da Lua O período sideral é o intervalo de tempo que a Lua leva para dar uma volta completa em torno do centro de massa do sistema Terra-Lua, quando observado a partir do referencial das estrelas. Esse período é de 27 dias, 7 horas, 43 minutos e 12 segundos solares. Por outro lado, o período sinódico, ou lunação, é o intervalo entre duas fases iguais consecutivas (como duas fases cheias), medido em relação ao referencial terrestre. Uma lunação tem a duração de 29 dias, 12 horas, 44 minutos e 3 segundos solares, sendo maior que o período sideral. Esse período sinódico é a base dos calendários lunares utilizados pelos muçulmanos e judeus. A órbita da Lua não é circular, mas sim elíptica. Em um dos focos dessa elipse está o centro de massa do sistema Terra-Lua, não o centro da Terra, como poderíamos supor. A distância entre os centros da Lua e da Terra varia de 357.300 km a 407.100 km, e a velocidade média de translação da Lua é aproximadamente 3.700 km/h. Rotação da Lua e sua Face Oculta Além de orbitar a Terra, a Lua também realiza um movimento de rotação em torno de seu próprio eixo. Esse movimento rotacional da Lua segue a mesma direção de seu movimento orbital. Devido à sincronização entre seu movimento orbital e sua rotação, a Lua sempre apresenta a mesma face voltada para a Terra, resultado de um equilíbrio dinâmico evolutivo. Seu período de rotação é idêntico ao seu período sideral de translação: um dia lunar equivale a cerca de 27 dias solares da Terra. Vale destacar que a face oculta da Lua não corresponde a 50% de sua superfície. Na realidade, não há um lado permanentemente escuro na Lua; o que existe é um lado permanentemente voltado para a Terra e outro voltado permanentemente para o espaço, ambos igualmente iluminados pelo Sol. Formação da Lua Durante o período Hadeano, entre 4,57 e 3,85 bilhões de anos atrás, a Terra foi atingida por um objeto do tamanho de Marte chamado Theia. Essa colisão teria resultando na completa desintegração de Theia e na expulsão de parte do material magmático da Terra primitiva. Esse material condensado formou um único corpo, que acabou sendo capturado pelo campo gravitacional da Terra. Essa teoria ficou conhecida como “Big Splash” (Grande Impacto). Importância da Lua para a Terra A presença da Lua desempenha um papel crucial na estabilização do eixo da Terra. Caso não estivesse presente, a Terra enfrentaria oscilações significativas em sua obliquidade, o que provavelmente teria impedido o desenvolvimento de vida em nosso planeta. Eclipses Um eclipse ocorre sempre que um objeto entra na sombra de outro. Assim, quando a Lua passa pela sombra da Terra, ocorre um eclipse lunar, e quando a Terra é coberta pela sombra da Lua, acontece um eclipse solar. As órbitas da Terra ao redor do Sol e da Lua ao redor da Terra não estão alinhadas no mesmo plano. Caso contrário, teríamos um eclipse lunar a cada Lua Cheia e um eclipse solar a cada Lua Nova. O plano da órbita lunar está inclinado a 5,2° em relação ao plano da órbita terrestre. Portanto, os eclipses só ocorrem quando a Lua está nas fases de Lua Cheia ou Nova e quando o Sol está posicionado sobre a linha dos nodos. Essa linha representa a interseção entre o plano da órbita terrestre ao redor do Sol e o plano da órbita lunar ao redor da Terra. O Homem na Lua Em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong fez história ao se tornar o primeiro homem a pisar na superfície da Lua. Ele foi seguido por Edwin Aldrin, ambos membros da missão Apollo 11. Após a separação dos módulos da Apollo, enquanto Michael Collins permanecia no Módulo de Comando Columbia em órbita a cem quilômetros acima do satélite, Armstrong e Aldrin iniciaram sua descida ao Mar da Tranquilidade a bordo do Módulo Lunar Eagle. Selenografia A

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Estações do Ano e Fuso Horário

Estações do Ano e Fuso Horário O movimento anual da Terra ao redor do Sol está vinculado as estações do ano, sendo que a trajetória circular anual do Sol está inclinada em cerca de 23,5° em relação ao plano do equador celeste. Essa inclinação tem impacto direto na iluminação do nosso planeta ao longo do ano, influenciando as variações climáticas que resultam nas diferentes estações. Uma consequência desse fenômeno é a ocorrência de estações opostas nos hemisférios terrestres. Enquanto o hemisfério sul vivencia o verão, o hemisfério norte está no inverno, e vice-versa. Na eclíptica o que está associado às estações e a duração dos dias e das noites são o Solstício e o Equinócio. Essa trajetória é denominada eclíptica porque é nela que a Lua se posiciona durante um eclipse. Vale ressaltar que essa trajetória é quase circular. Solstício Durante essa época do ano, os raios solares incidem de forma mais oblíqua sobre o hemisfério sul da Terra, resultando em uma menor quantidade de calor. Esse momento é conhecido como solstício do inverno austral, onde “solstício” significa que o Sol parece ficar parado (do latim: solstitium). A noite do solstício do inverno austral é a mais longa do ano. Após esse solstício, tanto os dias civis quanto os astronômicos começam a aumentar gradualmente em duração. Por outro lado, no solstício de verão austral, que ocorre por volta do dia 21 de dezembro, o hemisfério sul experimenta o “dia claro” mais longo do ano, pois o Sol alcança sua posição mais ao sul em relação ao equador celeste. Durante o verão, os raios solares incidem de maneira menos oblíqua, especialmente em áreas próximas ao Trópico de Capricórnio, resultando em maior insolação. Após o solstício de verão, os dias claros gradualmente diminuem em duração novamente. Em dois momentos intermediários especiais, por volta dos dias 22 de setembro e 20 de março, ocorrem os equinócios de primavera e outono. Nessas datas, tanto o “dia claro” quanto a noite têm a mesma duração em todo o globo terrestre. Equinócio A palavra “equinócio”, de origem latina, significa que as noites têm uma duração igual. Os equinócios acontecem quando o Sol está sobre o círculo do equador celeste, movendo-se do hemisfério celeste norte para o sul no equinócio da primavera austral, e fazendo o caminho oposto no equinócio do outono austral. Durante esses dias, ambos os hemisférios terrestres recebem a mesma quantidade de radiação solar. Do início do outono austral até o fim do inverno, os dias são mais curtos do que as noites (com a noite mais longa ocorrendo no início do inverno). Já do início da primavera ao fim do verão, essa situação se inverte (com o dia mais longo acontecendo no início do verão). Em sequência, para o hemisfério sul da Terra, temos o equinócio de outono em 20 ou 21 de março, o solstício de inverno entre 21 e 23 de junho, o equinócio de primavera em 22 ou 23 de setembro e o solstício de verão entre 21 e 23 de dezembro. Hora Solar e Fuso Horário O Sol alcança sua posição mais alta no céu ao meio-dia solar, mas isso ocorre em momentos distintos para cada meridiano terrestre, à medida que a Terra gira em torno de si mesma. Enquanto em um lugar específico o Sol está no ponto mais alto, em outros lugares ele já passou ou ainda está por passar por esse ponto. Da mesma forma, enquanto o Sol está nascendo no horizonte em alguns locais, em outros ele está se pondo. Assim, a hora solar é local e é indicada diretamente por um relógio solar. Além disso, o Sol não se move com a mesma velocidade ao longo de sua trajetória aparente anual ao redor da Terra. Para compensar essa variação, foi desenvolvida a hora solar média, baseada no movimento uniforme de um Sol fictício. A diferença entre a hora solar média e a hora solar verdadeira é chamada de Equação do Tempo, que pode resultar em até 15 minutos a mais ou a menos. Essa equação decorre do fato de que a velocidade da Terra em sua órbita elíptica ao redor do Sol não é constante, como observado por Kepler. Cada fuso horário corresponde a uma faixa de longitude terrestre de 15° (ou 1 hora), onde a hora civil ou legal é baseada na hora solar média do meridiano central desse fuso. O meridiano de origem (longitude = 0 horas) dos os fusos horários é o que passa pelo Observatório de Greenwich, escolhido por razões históricas. O Brasil possui quatro fusos horários: Fuso Horário Locais – 2 horas Fernando de Noronha e Ilhas Oceânicas – 3 horas Brasília e a maioria dos estados – 4 horas para os estados de RO, RR, MS, MT, parte oeste do Pará e a parte leste do Amazonas – 5 horas para o Acre e o extremo oeste do Amazonas

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Pontos Cardeais

Pontos Cardeais Os pontos cardeais, como o próprio nome indica, são pontos de referência que permitem localizar qualquer lugar na superfície da Terra. Eles são o Norte e o Sul, que apontam na direção dos polos terrestres; o Leste e o Oeste, que indicam o lado onde o Sol nasce e se põe, respectivamente, cruzando a linha Norte-Sul. É importante ressaltar que o Leste e o Oeste não são sempre direcionados para o exato ponto onde o Sol nasce ou se põe, mas sim para o lado do nascente e do poente. Ao longo do ano, o Sol nasce em diferentes pontos no lado do nascente e se põe em diferentes pontos no lado do poente. Portanto, não podemos afirmar que o Sol sempre nasce exatamente a Leste e sempre se põe exatamente a Oeste. A diferença entre o nascente (onde o Sol nasceu) e o Leste verdadeiro pode variar consideravelmente, dependendo da época do ano. Coordenadas Geográficas Outros conceitos importantes para a localização na Terra são as coordenadas geográficas, latitude e longitude. Latitude e longitude são sistemas de coordenadas utilizados para determinar a localização de qualquer lugar na Terra. As linhas de latitude se estendem no sentido leste-oeste da superfície terrestre, enquanto as linhas de longitude vão no sentido norte-sul. Embora sejam linhas imaginárias, elas estão representadas em todos os mapas e globos terrestres, como se fossem linhas reais. As linhas de latitude são conhecidas como paralelos, pois circundam a Terra de forma paralela ao Equador, que é uma linha imaginária localizada exatamente na metade do caminho entre os polos norte e sul. Por sua vez, as linhas de longitude, também chamadas de meridianos, circundam a Terra de polo a polo, cortando as linhas de latitude. Tanto a latitude quanto a longitude são medidas em graus, minutos e segundos. Juntas, essas coordenadas podem indicar com precisão a localização de qualquer ponto na Terra. A Latitude de um lugar é a distância angular que o separa do equador, medida em graus, minutos e segundos, sobre o meridiano desse lugar, podendo variar entre 0° e 90° para Norte ou para Sul. A longitude de um lugar é a distância angular entre o meridiano que passa pelo local e o meridiano de Greenwich, medida em graus, minutos e segundos sobre o paralelo que passa pelo lugar, podendo variar entre 0° e 180° para leste ou Oeste. Gnômon O gnômon é possivelmente o mais antigo instrumento astronômico criado pelo homem. Em sua forma mais simples, consiste em uma vara fincada no chão, geralmente na posição vertical. Observar a sombra projetada por essa vara, causada pelos raios solares, permite determinar a posição do Sol no céu ao longo do tempo. É perceptível que o comprimento das sombras de um gnômon durante o dia diminui da manhã até o meio-dia solar verdadeiro, quando o Sol atinge sua posição mais elevada no céu, cruzando o meridiano celeste local, e depois aumenta à medida que a tarde avança. O segmento da sombra mínima do gnômon (na vertical) em um dia ensolarado está alinhado com o meridiano local, fornecendo a direção Norte-Sul, Isso ocorre ao meio-dia, e a direção em que a sombra está nesse instante é chamada de Linha do Meio-dia ou linha meridiana. Além do uso do gnômon, as estrelas e constelações também são utilizadas para orientação. Um exemplo disso é o Cruzeiro do Sul, que pode ser empregado para localizar o lado sul; para isso, é necessário estender 4,5 vezes a extensão da haste mais longa da Cruz, formada por Acrux e Gacrux, conforme ilustrado na figura.

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Brasil na Estação Espacial Internacional

Brasil na Estação Espacial Internacional A trajetória do Brasil na Estação Espacial Internacional foi marcada por incompetência, falta de transparência, descumprimento de promessas e uma abordagem típica de empurrar com a barriga. Neste artigo, vamos explorar essa jornada que não levou a lugar algum. Prepare-se, e venha conosco. Em um documento de 2010 do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, foi declarado o encerramento da participação do Brasil no projeto da Estação Espacial Internacional. Na verdade, essa decisão já tinha sido tomada oficialmente em 2008, quando a NASA comemorou os dez anos da Estação Espacial Internacional sem fazer qualquer menção ao Brasil. Estação Espacial Internacional A Estação Espacial Internacional (ISS) em suas origens, era muito menos internacional. Concebida desde os anos 1960, a estação espacial foi planejada para substituir o modesto e problemático Skylab, e rivalizar com a estação russa Mir. Em 1984, a então chamada Estação Espacial Freedom foi anunciada pelo presidente Ronald Reagan, que logo percebeu o alto custo do espaço. Ele tentou uma parceria com a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, mas ela, conhecida como a Dama de Ferro, não tinha recursos financeiros para apoiar o projeto. Assim, houve uma redução nas expectativas, o nome foi alterado para Estação Espacial Alfa, e foram oferecidas parcerias à Europa e ao Japão. Em 1993, Uma guerra fria em uma disputa espacial foi descartada, e a única forma da ISS se tornar realidade era com a ajuda dos países comunistas, mesmo que isso implicasse em riscos para recursos cruciais. Em setembro de 1993, o vice-presidente dos EUA, Al Gore, e o primeiro-ministro russo, Viktor Chernomyrdin, anunciaram a intenção de desenvolver em conjunto uma Estação Espacial. Os países originalmente convidados para participar da Alfa foram confirmados, e novos países, incluindo o Brasil, a 8ª maior economia do mundo, foram convidados a se juntar ao projeto. O Convite O convite foi estendido ao Brasil em 1996, durante um período de otimismo em que o país assinava acordos de cooperação espacial com diversas nações, enquanto a administração Clinton mostrava apoio ao governo de Fernando Henrique Cardoso. O Brasil se destacou como o único país em desenvolvimento a ser convidado para participar do Projeto da Estação Espacial Internacional. Em um documento assinado em 14 de outubro de 1997, foi delineada a participação brasileira na ISS. O compromisso brasileiro envolvia a entrega de componentes entre novembro de 2000 e janeiro de 2004, que incluíam: – Instalação para Experimentos Tecnológicos (TEF)– Janela de Observação para Pesquisa – Bloco 2 (WORF-2)– Palete Expresso para Experimentos na Estação Espacial (EXPRESS)– Container Despressurizado para Logística (ULC)– Adaptador de Interface para Manuseio de Carga (CHIA)– Sistema de Anexação ZI-ULC (ZI-ULC-AS) Embora tecnicamente não fossem componentes essenciais, eram necessários para o projeto, porém não estratégicos, o que permitia margem para imprevistos. Estes itens seriam produzidos no Brasil, seguindo especificações da NASA e fabricantes americanos como a Boeing. O custo estimado pela NASA foi de US$120 milhões, ou US$196 milhões em valores de 2021. No Brasil, os primeiros sinais de problemas futuros já apareciam. Uma pequena nota no Jornal do Brasil em 13 de outubro de 1997 mencionava: “Convênio garantirá ao Brasil participação em uma estação espacial construída pela NASA. O Brasil terá que entrar com US$12 milhões, mas a proposta do Congresso só prevê US$4 milhões” O governo exaltava o acordo como uma oportunidade para trazer conhecimento técnico para a indústria nacional. Em troca, teríamos acesso a experimentos, tecnologia, espaço de carga na ISS e, principalmente, um astronauta brasileiro participaria de pelo menos uma missão na Estação Espacial. Em meio a muita celebração, em 1998 foi anunciado que o então Capitão Marcos Pontes havia sido selecionado e iniciaria seu treinamento em Houston para a futura missão. Contudo, os problemas já se manifestavam em solo brasileiro. A Embraer havia sido escolhida para fabricar os componentes, e ela subcontrataria o projeto para outras 15 empresas, incluindo a Boeing. No entanto, não houve repasse de verbas. Na realidade, o orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) nem mesmo considerava o projeto da ISS, e a Boeing acabou sendo prejudicada com um calote de US$15 milhões em 1998. A situação piorou para a Embraer, que deixou de receber US$20 milhões. Os Primeiros Problemas A NASA começava discretamente a buscar fornecedores alternativos, enquanto no Brasil a situação era adiada. A Embraer eventualmente admitiu que não conseguiria fabricar os seis componentes planejados, ficando capaz de produzir apenas o Palete Expresso (Express Pallet, em inglês), basicamente uma estante metálica. No entanto, seu custo seria de US$300 milhões, superando em muito os US$120 milhões destinados ao projeto completo. Nossa contribuição representava apenas 0.12% do custo total da Estação Espacial, mas era suficiente para causar atrasos significativos no cronograma. A NASA pressionou o Brasil pela entrega do Palete Expresso, o componente mais crucial. Originalmente planejado para ser lançado em 2006, deveria ter sido entregue em 2001, mas já estávamos em 2002. A Embraer sugeriu reduzir o custo do Palete Expresso de US$300 milhões para US$140 milhões, ainda assim ultrapassando em US$20 milhões o orçamento inicial para todos os componentes. A NASA enfrentou adiamentos de junho a outubro, quando o Brasil finalmente admitiu sua incapacidade de fornecer o Palete. Além disso, não seria mais possível desenvolver projetos mais complexos, como a Janela de Observação WORF-2. Internamente, a NASA considerou encerrar a participação brasileira, mas questões diplomáticas impediram a tomada de uma decisão tão radical. Novas propostas foram feitas: o Brasil produziria o Container Despressurizado para Logística, uma estrutura simples, e 43 FSEs (Flight Support Equipments), adaptadores genéricos para interconectar sistemas na estação. O Brasil, por sua vez, declarou que não seria capaz de fabricar o Container, mas se comprometeu a produzir os FSEs, com um custo de US$8 milhões. Eles deveriam estar prontos até 2006. Segundo dirigentes da NASA que falaram à imprensa internacional em abril de 2006, desde 2004 os contatos com a agência brasileira cessaram completamente. O Brasil simplesmente desapareceu de suas responsabilidades e obrigações. Além disso, o Brasil, agindo como um caloteiro

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Coordenadas Astronômicas

Coordenadas Astronômicas Coordenadas Altazimutais Também conhecidas como coordenadas horizontais, são um sistema de referência centrado no observador. Nesse sistema, a posição de uma estrela específica é descrita por dois parâmetros: a altura (h) e o azimute (A). Coordenadas Equatoriais O sistema de coordenadas equatoriais, por se basear na esfera celeste em si, é mais universal e não depende da posição do observador em relação à superfície terrestre. Ele é definido por dois parâmetros: ascensão reta (AR) e declinação (Dec).

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Cartas Celestes

Cartas Celestes As cartas celestes são uma representação gráfica do céu, e servem para identificar objetos celestes, como estrelas e constelações, podendo até ser usadas na orientação na navegação. Essas cartas são elaboradas em termos do sistema de coordenadas equatoriais, que é mais universal. Elas adotam a perspectiva de um observador situado sob a esfera celeste, onde as direções cardeais correspondentes são: Ponto Cardeal Posição na Carta Norte Topo da carta Sul Extremidade inferior da carta Leste Esquerda Oeste Direita As cartas celestes geralmente apresentam apenas estrelas, embora às vezes possam incluir as posições de galáxias ou nebulosas. Utilizar uma carta celeste é muito simples e requer apenas que o observador esteja familiarizado com o céu que está observando. Uma maneira bastante intuitiva de acompanhar a descrição da carta é imaginá-la posicionada acima da cabeça do observador, paralela ao zênite. Dessa forma, as direções fornecidas pela carta celeste se alinham perfeitamente com aquelas identificadas com os pontos cardeais no local de observação. Constelações As constelações são conjuntos visíveis de estrelas que os astrônomos da antiguidade conceberam como formando figuras de pessoas, animais ou objetos. Existem 88 constelações, que podem ser classificadas em: Classificação Localização Austrais que se localizam no hemisfério celeste sul Boreais que se localizam no hemisfério celeste norte Zodiacais que são cortadas pela eclíptica, localizando-se próximas dos limites entre os hemisférios norte e sul celestes Equatoriais que são cortadas pelo equador celeste Circumpolares Norte e Sul próximas aos polos Asterismo Em astronomia, um asterismo é um padrão reconhecível de estrelas visível no céu noturno da Terra. Esse padrão pode estar contido em uma constelação oficial ou ser formado por estrelas de várias constelações diferentes.

Ferramentas

Mapa na internet mostra onde estava sua cidade há 600 milhões de anos

Mapa na internet mostra onde estava sua cidade há 600 milhões de anos Há cerca de 600 milhões de anos, todos os continentes do planeta estavam unidos em um único supercontinente, que posteriormente começou a se separar. Você já parou para imaginar como era a porção de terra onde o Brasil está localizado atualmente antes dessa separação continental? E onde estava localizada a sua cidade? Paleontólogos, cientes de que essa curiosidade é bastante comum, criaram um mapa disponibilizado online que permite visualizar o desenvolvimento do nosso planeta ao longo de diversas eras geológicas. Suponhamos que você more em Campos do Jordão, no interior de São Paulo. Com esse mapa, é possível digitar o nome da cidade na barra de busca e acompanhar a evolução geológica da região onde a cidade está localizada ao longo de milhares e milhares de anos, à medida que os continentes foram se separando. Uma barra de opções permite que você visualize como era a Terra em diferentes momentos do seu desenvolvimento geológico, desde 750 milhões de anos atrás até os dias atuais. Ao inserir o nome da sua cidade, você pode observar em qual ponto ela se encontrava durante essas imensas transformações do nosso planeta.

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Como Ariscarco calculou a distância entre a Terra e a Lua 2 mil anos atrás

Como Ariscarco calculou a distância entre a Terra e a Lua 2 mil anos atrás Sabia que há mais de 2.200 anos, um astrônomo e matemático grego chamado Aristarco de Samos calculou a distância entre a Terra e a Lua? Ele realizou essa proeza através da observação de um eclipse lunar e utilizando apenas matemática, uma vela e uma moeda. Aristarco de Samos viveu entre os anos 310 a.C. e 230 a.C. Ele fez importantes contribuições na área da Matemática e foi o primeiro cientista a propor que a Terra girava em torno do Sol e de seu próprio eixo. No entanto, sua grande obra foi intitulada “Sobre os tamanhos e distâncias entre o Sol e a Lua”. A vida de um cientista naquela época certamente não era fácil. Mesmo sem telescópio, astrolábio e internet, Aristarco de Samos dedicou-se ao cálculo dos tamanhos e distâncias entre a Terra, a Lua e o Sol. Para isso, ele fez uso de toda a tecnologia disponível, um pouco de matemática e muita criatividade. Segurando uma moeda em sua mão, Aristarco apontou-a na direção da Lua e a posicionou de forma a cobrir completamente o astro. Em seguida, ele mediu a distância entre a moeda e seu olho, que correspondia a 108 vezes o diâmetro da moeda. Baseando-se no princípio da semelhança entre triângulos, ele concluiu que a Lua deveria estar a uma distância de 108 vezes o seu próprio diâmetro. Mas qual seria o diâmetro da Lua? Para determinar o tamanho da Lua, Aristarco realizou uma observação durante um eclipse lunar e calculou o diâmetro da sombra da Terra projetada na Lua. Ele fez esse cálculo medindo o tempo que a Lua levava para entrar e sair da sombra da Terra. O período em que a Lua entra na sombra corresponde ao tempo necessário para percorrer seu próprio diâmetro, enquanto o período até ela sair completamente da sombra representa o tempo em que percorre o diâmetro dessa sombra. Dessa forma, Aristarco calculou que a sombra da Terra tinha aproximadamente o dobro do diâmetro da Lua. No entanto, ainda não sabíamos qual era o diâmetro da Lua. Por uma coincidência, o Sol e a Lua possuem aproximadamente o mesmo tamanho aparente no céu. Os gregos já haviam percebido isso, pois durante os eclipses solares totais, a Lua cobria completamente o Sol por alguns instantes. Aristarco pôde aproveitar essa relação e utilizar a mesma proporção de 108 vezes o diâmetro do objeto. De fato, era improvável esperar que Aristarco fornecesse uma distância em quilômetros. Naquela época, a unidade de medida “quilômetro” ainda não existia, uma vez que o sistema métrico decimal só foi estabelecido no século XVII, e a humanidade ainda teria que esperar alguns anos para descobrir o diâmetro da Terra.  Além disso, naquela época, não havia relógios ou ampulhetas disponíveis. Portanto, para medir a duração do eclipse, Aristarco utilizou uma vela acesa e observou quanto ela queimava durante cada fase do evento. Considerando que a vela queimava de forma constante, ele conseguiu converter a medida do comprimento queimado da vela em uma medida de tempo. Fica evidente a dificuldade de obter medidas precisas com a tecnologia disponível na época. Por causa disso, os cálculos de Aristarco não foram tão exatos. Na realidade, a Lua é 3,7 vezes menor que a Terra e está a uma distância de cerca de 30 diâmetros terrestres. No entanto, é impressionante notar que, mesmo com tantas limitações, Aristarco se aproximou bastante dos valores reais. Não é nada ruim, considerando que a estimativa anterior era de que o diâmetro da Lua seria 72 vezes menor que o da Terra. Poucos anos depois, Eratóstenes calculou o diâmetro do nosso planeta, o que deu maior precisão aos cálculos de Aristarco de Samos. Isso contribuiu para obter valores mais concretos e confiáveis.

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