Astronomia na Antiguidade
Astronomia na Antiguidade Mesopotâmia Na área correspondente ao atual Iraque encontra-se a Mesopotâmia, situada entre os rios Tigre e Eufrates. Nessa região, localizava-se a cidade de Babilônia, nas margens do rio Eufrates, a 70 km ao sul da moderna cidade de Bagdá. Durante o período conhecido como Babilônia Antiga (1830-1531 a.C.), governada pela dinastia Hamurabi, surgiram registros sistemáticos de eventos celestes, seguindo a tradição da cultura Suméria, que havia dominado a região anteriormente. Os registros dessa época, feitos em tabletes de argila, que chegaram até nós, são mais significativos para a história da Matemática do que para a história da Astronomia. No entanto, introduziram uma técnica fundamental para o desenvolvimento futuro da Astronomia: o uso de uma notação numérica eficiente. Os escribas babilônicos utilizavam uma técnica específica para representar números. Para escrever o número 1, pressionavam o escopro verticalmente sobre a pedra (T); para representar o 10, pressionavam inclinado (>). Combinando esses dois símbolos, criavam representações numéricas até o 59. No entanto, para o número 60, voltavam a usar o símbolo 1. Embora tenha demorado para que surgisse um símbolo para o zero, a notação babilônica permitia realizar cálculos complexos com alguma facilidade. A divisão do tempo em 60 minutos, cada um composto por 60 segundos, assim como a divisão semelhante dos ângulos, reflete essa notação babilônica. Os astrônomos babilônicos, seguindo o exemplo de seus predecessores, realizavam observações do céu a olho nu de locais elevados, como os Zigurates, que eram templos. Eles passavam o dia e a noite em vigília, registrando eventos como o aparecimento da Lua, dos “planetas” e das estrelas. Esses sacerdotes-astrônomos procuravam interpretar esses eventos à luz de suas crenças, confirmando observações antigas e buscando eventos distintos para uma compreensão mais profunda. Egito Os egípcios empregavam a astronomia como meio de prever as cheias do Rio Nilo, orientando-se pela estrela Sirius. Desenvolveram um calendário especialmente destinado a propósitos religiosos, fundamentado nas lunações (intervalo entre duas luas novas consecutivas). Nesse calendário, 25 anos equivaliam a 309 lunações, totalizando 9.125 dias, distribuídos em meses alternados de 29 e 30 dias. As pirâmides foram construídas com faces direcionadas com exatidão para os pontos cardeais. O Zodíaco foi dividido pelos egípcios em 36 partes iguais denominadas decanias, sendo que cada signo representava três decanias, e cada decania possuía seu próprio nome. Os instrumentos utilizados pelos antigos egípcios eram relativamente rudimentares. O Merkhet, uma espécie de Gnômon (parte do relógio solar que possibilita a projeção da sombra.) feito com nervura de folha de palmeira e um entalhe na parte mais larga, servia como um relógio solar, projetando a sombra para indicar as horas. Além disso, faziam uso da clepsidra ou relógio de água, aprimorado por eles ao longo do tempo.