O asteróide mais valioso do sistema solar

A NASA lançou em 2023 uma sonda destinada a explorar o asteroide 16 Psyche, cujos metais são avaliados em aproximadamente 10 mil quatrilhões de dólares.

Sempre que uma notícia menciona asteroides e o planeta Terra, ela pode evocar diferentes reações: ansiedade e temor para alguns, curiosidade e fascínio para outros. Além disso, nos lembra de como a vida na Terra é frágil frente às ameaças cósmicas que nos cercam.

Desta vez, porém, a situação é inusitada, e a notícia traz mais surpresa do que preocupação. A NASA está preparando uma missão que visa alcançar um asteroide cujo valor mineral poderia, teoricamente, ter um impacto profundo na economia global.

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O valioso asteroide 16 Psyche

Descoberto em 17 de março de 1852 por Annibale de Gasparis no Observatório de Capodimonte, na Itália, o asteroide 16 Psyche tem cerca de 200 quilômetros de diâmetro. Ele está localizado entre Marte e Júpiter, no cinturão de asteroides, a uma distância de 378 a 497 milhões de quilômetros da Terra.

Embora muitos asteroides sejam compostos de rocha e gelo, Psyche se destaca por sua composição majoritariamente metálica, com grandes quantidades de ferro e níquel. A cientista Lindy Elkins-Tanton, da Universidade Estadual do Arizona e responsável pela missão, estimou que apenas o ferro presente em Psyche teria um valor de cerca de 10 mil quatrilhões de dólares. Esse valor impressionante supera em muito o valor total da economia global, avaliada pela Forbes em 2020 em aproximadamente 84,5 trilhões de dólares.

Psyche é único em seu tipo no Sistema Solar, e uma das teorias mais aceitas sobre sua origem sugere que ele era o núcleo de um planeta do tamanho de Marte, que perdeu suas camadas externas após uma série de colisões há bilhões de anos.

Além disso, observações com um telescópio infravermelho da NASA, em 2016, sugerem a presença de água ou íons hidroxila em sua superfície, possivelmente devido a impactos com asteroides menores que continham substâncias voláteis.

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A missão da NASA

Em janeiro de 2017, a NASA deu luz verde para o projeto de enviar uma sonda ao asteroide 16 Psyche. Segundo Elkins-Tanton, esta missão permitirá que a humanidade, pela primeira vez, “visite” o núcleo de um planeta. A sonda que também se chama Psyche, foi lançada em 13 de outubro de 2023 do Centro Espacial Kennedy em um foguete Falcon Heavy. A sonda vai viajar rumo ao asteroide 16 Psyche, e deve alcançá-lo em 2029.

A sonda passará 21 meses em órbita ao redor de Psyche, a cerca de 700 quilômetros de sua superfície, com o objetivo de mapear o asteroide e estudar suas características. À medida que a nave se aproximar, medições do campo gravitacional e imagens de alta resolução vão proporcionar aos cientistas uma compreensão mais detalhada da composição e estrutura do asteroide.

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Tecnologia avançada e novos horizontes

A sonda Psyche será equipada com instrumentos de ponta, como um gerador de imagens multiespectral, um espectrômetro de raios gama e nêutrons e um magnetômetro. A missão também vai testar um novo sistema de comunicação a laser chamado DSOC, que codificará dados em fótons infravermelhos, permitindo uma transmissão mais eficiente de informações do espaço profundo para a Terra.

Essa tecnologia inovadora poderá revolucionar a comunicação espacial, enviando mais dados em menos tempo, o que será um grande avanço em futuras missões de exploração.

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Os objetivos da missão

O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL) ficará responsável pela gestão, operação e navegação da missão, enquanto a Maxar Technologies construirá o chassi da nave com propulsão elétrica-solar e os equipamentos científicos a bordo.

Entre os principais objetivos da missão está o estudo do núcleo de metal de um corpo planetário pela primeira vez, algo que pode fornecer novos insights sobre a formação dos planetas rochosos. Além disso, a missão busca determinar se Psyche é realmente um núcleo exposto ou se ainda contém material não fundido em sua superfície.

Embora ainda não exista um plano da NASA para trazer Psyche para a Terra e resolver questões econômicas, as descobertas dessa missão poderão abrir portas para novas formas de exploração e, quem sabe, no futuro, trazer mais novidades sobre como aproveitar os recursos espaciais.

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