A Grande Mancha Vermelha de Júpiter desapareceu

Um grupo de astrônomos se debruçou sobre dados recentes e registros históricos, para formular uma nova teoria sobre a Grande Mancha Vermelha de Júpiter.

A famosa mancha é uma vasta tempestade de gases que gira na atmosfera de Júpiter e é observada desde pelo menos 1831. No entanto, relatos anteriores já mencionavam um fenômeno similar no planeta. Giovanni Cassini, no século XVIII, identificou uma “Mancha Permanente” em Júpiter. Recentemente, uma equipe da Universidade do País Basco, em Bilbau, divulgou um estudo sugerindo que essa mancha original e a Grande Mancha Vermelha de hoje não são o mesmo fenômeno.

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Agustin Sánchez-Lavega, um dos autores do estudo publicado no Geophysical Research Letters, afirma que a Mancha Permanente teria desaparecido entre o final do século XVIII e o início do século XIX. Com isso, a atual Grande Mancha Vermelha teria uma idade estimada de mais de 190 anos. Desde a Antiguidade, Júpiter já era objeto de observação, primeiro por astrônomos babilônios e chineses, e mais tarde, Galileu Galilei conseguiu, com seus telescópios, identificar quatro das luas do planeta, fortalecendo o conceito heliocêntrico do Sistema Solar.

A partir de 1708, não há mais registros da tal Mancha Permanente em Júpiter, sugerindo que ela pode ter se dissipado. Combinando documentos antigos e dados modernos, os pesquisadores analisaram o formato, tamanho, área e movimento dos fenômenos, concluindo que a Grande Mancha Vermelha atual e a Mancha Permanente do passado não são a mesma tempestade.

A equipe também conduziu simulações por computador, que indicam que a Grande Mancha Vermelha atual é uma tempestade anticiclônica massiva e persistente. Segundo eles, a Mancha Permanente provavelmente desapareceu no início do século XVIII, com a Grande Mancha Vermelha se formando no século XIX, a mesma que observamos hoje.

Contudo, essa nova teoria gerou debate na comunidade científica. Alguns astrônomos questionam a possibilidade de duas grandes tempestades ocorrerem quase exatamente na mesma latitude. Scott Bolton, do Southwest Research Institute, no Texas, sugere que o que se observa agora pode ser uma evolução da tempestade anterior.

Ainda assim, o enigma sobre a origem exata da Grande Mancha Vermelha que vemos atualmente permanece sem solução.

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