Júpiter: O Gigante Gasoso que Intriga Cientistas

Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, é imenso a ponto de comportar mais de mil planetas do tamanho da Terra dentro de seu volume. Apesar de sua grandeza, ele ainda é um enigma para os cientistas. Um dos aspectos mais fascinantes de Júpiter é a ausência de uma superfície sólida, o que impossibilita pousos de naves ou caminhadas de astronautas em seu “chão”.

Em um artigo publicado no site The Conversation, Benjamin Roulston, professor assistente de Física da Universidade Clarkson, nos Estados Unidos, explicou que Júpiter é classificado como um gigante gasoso e possui uma composição semelhante à do Sol.

Para entender Júpiter, é preciso esquecer a ideia convencional de superfície sólida. A partir da camada superior de sua atmosfera, composta principalmente de hidrogênio e hélio, a pressão aumenta drasticamente à medida que se “mergulha” mais fundo.

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“Imagine que, em vez de água, você está cercado por camadas de gás que o empurram para baixo, aumentando a pressão ao redor de você. Seria como estar no fundo de um oceano, mas com gás em vez de líquido. A pressão se torna tão esmagadora que o corpo humano simplesmente implodiria”, descreveu Roulston.

À medida que se avança em direção ao interior de Júpiter, o gás denso e aquecido se transforma em hidrogênio líquido, e, em profundidades ainda maiores, em um metal líquido, condição que os cientistas conseguiram reproduzir em laboratório apenas recentemente.

Ao alcançar o núcleo, o cenário muda. A natureza do material presente no centro do planeta ainda é alvo de debate. De acordo com Roulston, o modelo mais aceito sugere que o núcleo não é sólido como uma rocha, mas sim uma mistura muito densa e quente de material líquido e possivelmente metálico.

A pressão no núcleo de Júpiter é inimaginável, atingindo o equivalente a 100 milhões de atmosferas terrestres. Para se ter uma ideia, seria como ter dois prédios do tamanho do Empire State sobre cada centímetro quadrado do corpo humano.

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Caso uma nave tentasse se aproximar do núcleo, ela seria destruída pelo calor extremo, que chega a 20.000°C, uma temperatura três vezes maior que a da superfície do Sol.

Roulston também destacou que, apesar de Júpiter ser um ambiente inóspito, sua presença pode ter sido essencial para a existência da vida na Terra. Ele atua como um escudo gravitacional para os planetas internos do Sistema Solar, desviando a trajetória de asteroides e cometas que poderiam, em certos casos, colidir com nosso planeta e causar extinções em massa. “Sem a intervenção de Júpiter, alguns desses detritos espaciais poderiam ter atingido a Terra, resultando em catástrofes de proporções como a que causou a extinção dos dinossauros”, explicou o professor.

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